Petrobras tem lucro recorde de R$ 18,9 bi
Da Redação, de Brasília (com apoio da Petrobras) —
A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 18,9 bilhões no segundo trimestre de 2019, um recorde histórico para a companhia. Esse resultado representa um aumento de 368% em relação ao lucro líquido registrado no primeiro trimestre de 2019, que foi de R$ 4 bilhões, e 87% comparado ao segundo trimestre de 2018, que foi de R$ 10,1 bilhões.
A principal explicação para esse desempenho foi a conclusão da venda de 90% da participação da Petrobras na Transportadora Associada de Gás S.A.(TAG), no valor de R$ 33,5 bilhões, sendo R$ 2 bilhões destinados à liquidação da dívida da transportadora com o BNDES. O aumento das cotações internacionais do petróleo e a valorização do dólar frente ao real também impactaram positivamente os resultados da companhia.
A Petrobras registrou um Ebitda ajustado de R$ 32,7 bilhões, representando um crescimento de 19% em relação ao trimestre anterior, em função de maiores preços do petróleo, maior volume de venda de diesel e incremento nas margens de gasolina, nafta e gás natural. Além disso, o fluxo de caixa livre foi positivo pelo 17º trimestre consecutivo, totalizando R$ 11,3 bilhões.
A dívida líquida continuou sua trajetória decrescente, fechando em US$ 83,7 bilhões no segundo trimestre deste ano, uma redução de 12% em relação ao trimestre anterior. Com uma gestão ativa da dívida, também foi possível aumentar o prazo médio de vencimento de 9 para 10 anos, com a manutenção da taxa média de juros em 6% a.a. O índice de dívida líquida/Ebitda ajustado também caiu para 2,69x, 16% inferior ao registrado no primeiro trimestre de 2019.
Os investimentos totalizaram US$ 2,6 bilhões, sendo 82% em atividades de exploração e produção. Em benefício da transparência e da eficiência da alocação de capital, revisamos os investimentos de 2019 de US$ 16 bilhões para o intervalo de US$ 10 a US$ 11 bilhões.
No segundo trimestre de 2019, reduzimos a taxa de acidentados registráveis de 1,02 acidentado por milhão de horas trabalhadas no primeiro trimestre deste ano para 0,88 acidentado por milhão de horas trabalhadas, abaixo do limite de alerta de 1,0.
“Apresentamos um bom resultado financeiro no segundo trimestre, beneficiado principalmente pela venda da TAG, com lucro líquido alcançando um recorde histórico de R$ 19 bilhões. Continuaremos nossa trajetória de geração de valor, com foco nos ativos de maior retorno, como o pré-sal, e busca incessante para redução de custos”, disse o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
Resultados operacionais no segundo trimestre
A produção de petróleo, gás natural e LGN da companhia alcançou 2 milhões 633 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia no segundo trimestre, um aumento de 3,8% em relação ao primeiro trimestre deste ano. Somente nos campos do pré-sal, a produção cresceu 12,7%, com 1 milhão 168 mil barris de petróleo por dia (bpd) no segundo trimestre.
Esse aumento reflete ao crescimento progressivo da produção (ramp up) das plataformas que entraram em operação em 2018 – P-69, P-74, P-75 e Cidade de Campos dos Goytacazes – e 2019 – P-67, P-76 e P-77. Essas unidades contribuíram com 436 mil boed no segundo trimestre, sendo que têm capacidade para produzir até 1 milhão 5 mil bpd, quando estiverem a plena carga. Graças a esse desempenho consistente, o pré-sal saltou de 48% da produção total de óleo no Brasil no segundo trimestre de 2018 para 57% no segundo trimestre de 2019. Além disso, conseguimos neste trimestre reduzir o custo de extração do pré-sal para a marca de US$ 6/boe.
Apesar dos resultados positivos, decidimos revisar a meta de produção de 2019 para 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (sendo 2,1 milhões de barris por dia de produção de óleo), com variação de +/- 2,5%. Apesar do aumento da produção na comparação trimestral, os resultados foram inferiores ao planejado, em decorrência principalmente da complexidade na estabilização das plantas de gás das plataformas do campo de Búzios.
No segundo trimestre, as vendas de derivados aumentaram 0,5% no mercado brasileiro em comparação ao primeiro trimestre, com destaque para as vendas de diesel, que aumentaram 4,9%. A produção de derivados e o fator de utilização também aumentaram, refletindo o aumento das vendas no mercado brasileiro e a sazonalidade da demanda de diesel.
Em linha com a estratégia de concentração nos ativos de maior retorno financeiro, o volume de desinvestimentos da Petrobras alcançou US$ 15,1 bilhões até julho deste ano. A transação de maior valor foi a venda de 90% da TAG por R$ 33,5 bilhões, seguida pela oferta de ações da Petrobras Distribuidora por R$ 9,6 bilhões.