Distribuidoras atentas aos acidentes nas redes
Da Redação, de Brasília (com apoio da Abradee) —
É aí que mora o perigo, eu me ligo na vida! O slogan da XIII edição da Semana Nacional de Segurança com Energia Elétrica traduz a forma como as distribuidoras de energia elétrica pretendem chamar a atenção da população para o tema, alertando para os riscos com a rede e os cuidados necessários no dia a dia. A campanha promovida pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) foia aberta nesta segunda-feira, 05 de agosto, em Brasília, e as 41 distribuidoras associadas pretendem focar as ações de conscientização nas principais causas de acidentes, segundo informou o presidente da entidade, Marcos Madureira.
Presente no lançamento da XIII Semana, Sandoval Feitosa, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), disse que a eletricidade sempre requer cuidados e há uma nítida percepção por parte da agência reguladora que os acidentes são agrupados de duas formas: 1. existem aqueles que conhecem os riscos, mas negligenciam o uso das normas de segurança; 2. e também existem aqueles que não conhecem as normas. “As distribuidoras são agentes que estão muito próximos da sociedade e por isso é necessário realizar um trabalho preventivo de amplo alcance”, afirmou Feitosa.
Este ano, a Semana Nacional de Segurança com Energia Elétrica realizada pelas concessionárias de distribuição pretende alcançar toda a população brasileira. Embora a campanha propriamente dita seja desenvolvida entre os dias 05 e 11 de agosto, a sua aplicação, na realidade, se dará ao longo de todo ano, através de iniciativas que visam a conscientizar a população quanto à necessidade de serem tomadas medidas preventivas na hora de mexer com a eletricidade.
Durante a campanha, estas ações serão articuladas pelas empresas em uma força-tarefa em suas áreas de concessão, com divulgação de informações nas contas de luz, palestras educativas em escolas e canteiros de obras e mapeamento de áreas com maior ocorrência de acidentes para ações específicas. Também serão veiculados spots
de rádio, anúncios na mídia, distribuição de cartilhas e folhetos explicativos com dicas
de prevenção de acidentes.
No total, foram registrados pelas distribuidoras 891 acidentes em todo o país em 2018. Destes, 271 foram de maior gravidade e ocasionaram a morte das vítimas (no ano anterior, foram registrados 19 casos fatais a menos).
Considerando o universo das sete causas trabalhadas pela campanha, a principal responsável pelos acidentes fatais ocasionados pelo contato com a rede de energia é a construção/manutenção predial, com 55% dos casos no último ano, o que equivale a 89 mortes.
Dentre as outras causas fatais trabalhadas pela campanha, será chamada a atenção para a existência de cabos energizados no solo, uma situação que respondeu, em 2018, por 12% (20 casos), mas que vem apresentando uma
queda gradual na apuração dos dados, nos últimos cinco anos. A operação de máquinas agrícolas representou 9% dos acidentes, ficando as ligações clandestinas (“Gato”) e poda de árvores com 7%. Empinar Pipa/Papagaio, 6% e instalações de Antenas de TV, 4%.
Em relação às taxas de gravidade e de frequência dos acidentes (incluindo os fatais), de 2001 a 2018, houve uma redução de 43% nos acidentes com alta gravidade, mostrando o alcance de campanhas anteriores. Já a frequência dos acidentes ao longo do período teve uma queda de 30%. Em 2001, para uma população de 171,9 milhões, foram registradas 381 mortes, ou seja, uma morte para cada 451 mil habitantes. Em 2018, para uma população estimada de 208,5 milhões, foram registrados 271 acidentes fatais, ou seja, uma morte para 770 mil habitantes.
Para Marcos Aurélio Madureira da Silva, os dados demonstram a necessidade do fortalecimento e expansão da iniciativa. “Nossa missão é ampliar cada vez mais a abrangência dessa campanha para que possamos reduzir ainda mais o número de acidentes com a rede elétrica no país. Os dados são claros, à medida em que alertamos as pessoas, a partir de campanhas e ações de conscientização, automaticamente ocorre uma redução no número de acidentes”,
afirmou.