MME: projeto de GN da Eneva é prioritário
Da Redação, de Brasília (com apoio da Eneva) —
O Ministério de Minas e Energia classificou o Parque dos Gaviões, no Complexo de Parnaíba (MA), operado pela Eneva, como projeto prioritário para o governo. O anúncio ocorreu nesta quinta-feira, 22 de agosto, durante o lançamento do Programa de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Terra (Reate 2020), em Brasília. Com o enquadramento, o objetivo é impulsionar a captação de novos investimentos. O evento contou com a presença do ministro Bento Albuquerque e outras autoridades.
A classificação do projeto como prioritário permite que a companhia emita debêntures incentivadas de infraestrutura. Essas debêntures são títulos privados de renda fixa, de médio ou longo prazo, com o propósito de conseguir novos recursos para financiamento de projetos. As debêntures incentivadas tem vantagens fiscais para investidores, como isenção do imposto de renda.
“O enquadramento como projeto prioritário permitirá à companhia investir na exploração e produção de gás na Bacia do Parnaíba, promovendo a interiorização do desenvolvimento para o interior do país”, afirmou Damian Popolo, diretor de Relações Institucionais da Eneva.
Em seu discurso, o ministro de Minas e Energia enfatizou a importância de expandir o mercado de gás para a economia nacional. “Tenho certeza que com o apoio e atuação de todos os segmentos envolvidos, seremos capazes de vencer os desafios de explorar e aproveitar a produtividade do onshore e entregar os resultados que a sociedade almeja e merece”, ressaltou o titular do MME.
No Maranhão, a Eneva desenvolveu um modelo pioneiro no país, o chamado “Reservoir-to-wire”, que consiste na geração de energia nas proximidades dos poços produtores de gás em terra. Com este modelo, é possível produzir em bacias terrestres mesmo em locais onde não há infraestrutura de gasodutos, uma vez que a produção é escoada pelas linhas de transmissão.
O modelo foi ressaltado pelo presidente da EPE, Thiago Barral, que sugeriu sua replicação em outros estados brasileiros. “Temos exemplos bem-sucedidos nessa área no Brasil, como a Eneva, que podem ser multiplicados oferecendo uma alternativa interessante de monetização e de recursos importantes para o setor elétrico”, argumentou Barral.
Atualmente, o Complexo de Parnaíba conta com quatro usinas em funcionamento, e uma quinta está sendo construída pela Eneva, Parnaíba V, com investimento de R$ 1,3 bilhão. A operação é responsável por gerar 11% da capacidade térmica a gás do país.
Além de contribuir para a segurança energética do Estado e para a modicidade tarifária, a Eneva traz desenvolvimento para os municípios onde atua. A empresa é a única a produzir gás no Maranhão e sua produção já gerou o pagamento de R$ 400 milhões em royalties e participações governamentais.
A operação integrada na região do Médio Mearim – ou seja, a produção de gás associada a geração de energia – foi o que permitiu que o Estado se tornasse produtor de gás natural.
Segundo explicou a este site a coordenadora de Relações Institucionais da Eneva, Elisa Soares, o primeiro campo do Parque dos Gaviões entrou em operação em 2012, revelando uma logística que é, no mínimo, complexa. O gás natural extraído é transformado em GNL e vai em caminhões até Boa Vista, numa viagem de quase 1 mil km.
Atualmente, a Eneva — que é a maior produtora privada de gás natural no País — já totaliza R$ 8 bilhões em investimentos no projeto. A empresa é de capital aberto, com ações em bolsa. Seus principais acionistas são o Banco BTG e a Cambuhy, uma holding controlada pela família Moreira Salles.