Para Absolar, leilão ficou aquém do esperado
Da redação, de Brasília (com apoio da Absolar) —
Com um deságio médio de 59,6% em relação ao preço inicial de R$ 209,00/MWh, atingindo um preço médio de venda de energia elétrica de R$ 84,39/MWh (equivalente a US$ 20,33/MWh), a fonte solar fotovoltaica se destacou em sua primeira participação no Leilão de Energia Nova (LEN A-6 de 2019), realizado nesta sexta-feira, 18 de outubro, pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em São Paulo (SP).
Na avaliação da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o certame resultou em um volume de contratação muito aquém das expectativas do setor e da própria necessidade do País. “O montante contratado foi muito baixo em comparação com o número elevadíssimo de projetos participantes do leilão. Isso ocasionou uma alta competição entre os empreendedores, produzindo preços-médios abaixo da referência para a fonte solar fotovoltaica no Brasil”, aponta Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar.
Os projetos solares fotovoltaicos contratados pelo LEN A-6 de 2019 estão localizados na região Nordeste, nos estados do Piauí (300 MW), Ceará (120 MW), Rio Grande do Norte (80 MW) e Pernambuco (30MW). Foram arrematadas onze novas usinas da fonte, totalizando 530 MW de potência e novos investimentos privados de mais de R$ 2,1 bilhões até 2025. “Entre 30% e 50% da energia elétrica das usinas foi destinada às distribuidoras, no ambiente de contratação regulada (ACR). O restante da energia será vendido no ambiente de contratação livre (ACL), onde os preços são mais elevados, garantindo o equilíbrio econômico-financeiro dos projetos”, esclarece Sauaia.
Para a Absolar, a participação da fonte solar fotovoltaica no A-6 foi uma importante conquista do setor, coordenada pela associação junto ao Governo Federal. O pleito da entidade teve como base o princípio da isonomia entre as fontes, permitindo que todas participassem do certame, bem como o ganho de competitividade da fonte. Desde 2017, a fonte solar fotovoltaica tornou-se uma das fontes renováveis mais competitivas no Brasil. A inclusão da fonte no A-6 ampliou a competição no leilão e proporcionou uma relevante redução nos preços comercializados, beneficiando o consumidor e a sociedade brasileira, com ganhos também para a diversificação e a segurança energética da matriz.
Com a evolução da fonte solar fotovoltaica no Brasil, a Absolar solicitou ao Ministério de Minas e Energia (MME) e à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) o aprimoramento do planejamento de contratação para a fonte no Plano Decenal de Expansão de Energia 2029, a ser divulgado em dezembro de 2019.
“A fonte solar fotovoltaica cumpriu o seu compromisso, trazendo energia elétrica mais barata para o leilão A-6 e ajudando a reduzir o preço da energia contratada para o consumidor e a sociedade. Demonstramos na prática o ganho de competitividade da fonte, em benefício de toda a sociedade brasileira. Cabe, agora, ao Governo Federal reavaliar os seus modelos, incorporar os novos valores da fonte e ampliar a contratação anual da solar fotovoltaica na nova edição do PDE. Isso irá reduzir os preços de energia elétrica que serão pagos pelos brasileiros”, disse Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar.