PDE 2029 prevê investimentos de R$ 2,3 tri
Da Redação, de Brasília (com apoio do MME) —
Os investimentos em infraestrutura energética para suprir a expansão necessária até 2029 podem alcançar R$ 2,3 trilhões. Os dados estão disponíveis no Plano Decenal de Expansão de Energia 2029 (PDE 2029) até 22 de novembro para Consulta Pública. O documento é o resultado dos estudos de planejamento setorial realizado pelas equipes técnicas do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Segundo o documento, do total dos investimentos, 77,6% serão absorvidos pelo setor petróleo e gás. Já a área de geração e transmissão de energia elétrica representará 19,6%, incluindo geração distribuída. 2,3% serão destinados ao aumento da oferta de biocombustíveis.
Os números do setor de petróleo e gás são expressivos. A expectativa é que a produção de petróleo cresça 68%, passando dos atuais 3,27 milhões de barris/dia para 5,5 milhões de barris/dia no horizonte decenal. A exportação de petróleo também será significativa e deverá subir dos atuais 1,5 para 3,4 milhões de barris/dia, uma evolução de 130%. A produção de gás natural deve chegar a 199 milhões de m3/dia, o que representará um aumento de 73% em relação aos atuais 115 milhões.
Os estudos sinalizam que a Oferta Interna de Energia (OIE), energia necessária para movimentar a economia, atingirá o montante de 380 milhões tep (Mtep – milhões de toneladas equivalentes de petróleo) em 2029, resultando em um crescimento de 2,9% ao ano. Desse montante, as fontes renováveis podem chegar a uma participação de 48% em 2029, o que mantém o Brasil firme no compromisso firmado no Acordo de Paris de manter uma economia de baixo carbono e de promover maior participação de renováveis na matriz energética.
A expansão da capacidade instalada de geração elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN) prevista para o horizonte decenal é de 74 GW, sendo 59 GW em geração centralizada e a restante contribuição de autoprodução e geração distribuída.
Com relação à transmissão de energia elétrica, a expectativa é que os investimentos totais atinjam cerca de R$ 103 bilhões ao longo do decênio, sendo R$ 73 bilhões em linhas de transmissão e R$ 30 bilhões em subestações, incluindo as instalações de fronteira. É previsto no PDE um acréscimo de 55,8 mil km em linhas de transmissão, e um acréscimo de 172 GVA em capacidade de transformação.
O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) é um documento informativo elaborado anualmente pela EPE sob as diretrizes e o apoio da equipe da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético (SPE/MME) e da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (SPG/MME).
Seu objetivo primordial é indicar as perspectivas da expansão do setor de energia no horizonte de dez anos, dentro de uma visão integrada para os diversos energéticos. Tal visão permite extrair importantes elementos para o planejamento do setor de energia, com benefícios em termos de aumento de confiabilidade, redução de custos de produção e redução de impactos ambientais.
Nesta edição, o PDE traz algumas novidades, dentre elas: um horizonte de planejamento de dez anos, além do ano base para início dos estudos; discussões sobre flexibilidade operativa, modernização do parque hidrotérmico e avaliação de competitividade econômica de plantas em fim de contrato ou término de subsídios no custo de operação; dados mais detalhados de investimentos em transmissão; e também um enfoque especial à geração descentralizada, e análises de sensibilidade para a micro e minigeração distribuída.