UHE Jurumirim tem redução de defluência
Da redação, de Brasília (com apoio da Ana) —
Em função da redução dos volumes armazenados nos reservatórios da bacia do rio Paranapanema, devido a chuvas e vazões abaixo do esperado, a usina hidrelétrica de Jurumirim teve uma redução de sua defluência, que passou de 147 para 60 metros cúbicos por segundo a partir desta segunda-feira, 11 de novembro. A medida busca recuperar parte do armazenamento até o fim deste mês.
No próprio dia 11, a hidrelétrica acumulava 16,07% de seu volume útil, menor volume registrado nesta época do ano desde 2010. O rio Paranapanema passa por São Paulo e Paraná e tem suas águas geridas pela Agência Nacional de Águas (Ana).
A decisão de diminuir o volume liberado pelo reservatório foi tomada na última reunião da Sala de Crise do Paranapanema, que aconteceu em 08 de novembro, na sede da Agência e por videoconferência. O próximo encontro da Sala está marcado para 14 de novembro para reavaliar a situação da bacia hidrográfica.
Desde março, o grupo acompanha o quadro do Paranapanema. A Sala de Crise possui representantes da Ana, de órgãos gestores estaduais de recursos hídricos do Paraná e de São Paulo, do Operador Nacional do Sistema Elétrico, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema, de usuários de água, dentre outros.
Desde 07 de março, como forma de dar transparência à situação do Paranapanema, a Ana passou a emitir um boletim diário de acompanhamento da bacia, que pode ser acessado no site da Sala de Situação da Ana.
UHE Jurumirim
A usina hidrelétrica Jurumirim começou a operar em 1962, perto dos municípios de Piraju (SP) e Cerqueira César (SP), para regularização do rio Paranapanema e abastecimento de energia para a região do Médio Paranapanema.
Com potência instalada de 100,9 MW, este aproveitamento hidrelétrico possui um reservatório com capacidade para acumular 7,2 trilhões de litros d’água e abrange uma área inundada de 449 km². A empresa CTG Brasil opera a usina e sua concessão vai até 2029.
Bacia do Paranapanema
O rio Paranapanema nasce na Serra Agudos Grandes, em Capão Bonito (SP) e percorre 929 km até desaguar no rio Paraná. O curso d’água é usado pra abastecimento, irrigação, navegação, geração de energia elétrica, criação de peixes, lazer, entre outros usos. Mais do que uma divisa entre Paraná e São Paulo, o rio Paranapanema é um eixo de integração entre duas regiões homogêneas em termos de identidade social, cultural e econômica.
A bacia do Paranapanema abrange o sul de São Paulo e o norte do Paraná com uma área de 106.554,534 km², 247 municípios (115 em São Paulo e 132 no Paraná) e população de mais de 4,7 milhões de habitantes. Do Produto Interno Bruto (PIB) total dos municípios da bacia (R$ 76,5 bilhões, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2011), aproximadamente 24% (R$ 18,3 bilhões) referem-se às atividades industriais, 13% (R$ 10,1 bilhões) à agropecuária e 63% (R$ 48,1 bilhões) aos serviços.