Brasil aumenta em 20% produção de urânio
Da redação, de Brasília (com apoio do MME) —
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, participou, nesta sexta-feira, 29 de novembro, da inauguração da 8ª cascata de ultracentrífugas da usina de enriquecimento isotópico de Urânio. O evento, que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, ocorreu na Fábrica de Combustível Nuclear, em Resende, no Rio de Janeiro. O funcionamento da 8ª cascata permitirá às Indústrias Nucleares do Brasil (INB) aumentar em 20% a produção de urânio, viabilizando a produção de 60% da necessidade de abastecimento da Usina de Angra 1.
Ao discursar no evento, Bento Albuquerque anunciou a destinação, nas próximas semanas, de R$ 20 milhões para a inauguração da 9ª e 10ª cascatas, a partir de 2020. “Em conformidade com sua orientação – afirmou, dirigindo-se ao presidente Bolsonaro -, estabelecemos um diálogo objetivo e pragmático com a sociedade civil, o Congresso Nacional e os agentes econômicos, para, juntos, explorarmos as vantagens raras que o Brasil possui no cenário internacional”.
“Presidente Bolsonaro, o senhor decidiu fazer do setor nuclear uma prioridade do seu governo. Sua presença nesta cerimônia marca o comparecimento do segundo presidente da República a esta empresa, além do simbolismo e da celebração de mais um feito nacional”, disse Bento Albuquerque.
Entre as vantagens citadas pelo ministro estão o domínio da tecnologia e do ciclo do combustível nuclear, a existência de expressivas reservas de urânio nos diversos quadrantes do território brasileiro – que classifica o Brasil como uma das sete maiores do mundo – “isso, com apenas 30% do território brasileiro prospectado, e, por fim, a constatação de que o país opera usinas nucleares de forma segura, por quase quatro décadas”.
Conclusão de Angra 3
“Nessa direção – acrescentou o ministro – estamos envidando esforços para que a INB, a partir de 2020, volte a produzir 150 toneladas por ano de urânio nas minas de Caetité, na Bahia, e possa expandir essa produção para 360 toneladas por ano, a partir de 2023, o que contribuirá vigorosamente para a geração de emprego e renda”. “No caso das minas em Santa Quitéria, no Ceará – observou – em parceria com empresas privadas, planeja-se a produção de 1.600 toneladas anuais de urânio, a partir de 2024, promovendo o desenvolvimento da região e a inclusão de várias dezenas de profissionais nesse processo”.
Em sua fala, Bento Albuquerque ressaltou que para alcançar esses e outros resultados, o MME examina a possibilidade de complementar o arcabouço legal do setor nuclear com vistas a flexibilizar a pesquisa e a exploração de urânio, e a viabilizar a criação de condições adequadas para que investimentos privados possam contribuir para o desenvolvimento do setor.
“Dentre as modificações necessárias, estamos trabalhando junto com o Congresso Nacional para que a Indústrias Nucleares do Brasil logre mais agilidade na exportação de combustíveis para as usinas nucleares de países amigos. E nesse mesmo rumo, são louváveis seus esforços no processo para se tornar uma empresa independente do Tesouro Nacional, o que certamente trará mais agilidade e eficiência para o empreendimento. Contudo, é preciso ter claramente delineado que essa meta só será possível alcançar com a conclusão de Angra 3”, enfatizou o ministro.
Em relação à Angra 3, Bento Albuquerque destacou que o presidente editou o Decreto nº 9.915, de 16 de julho de 2019, qualificando o projeto como prioritário para o governo, incluindo-o no Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República. “O BNDES está concluindo o modelo de negócios que permitirá a participação privada no empreendimento, para que seja possível publicar o edital para seleção do parceiro, ainda no 2º trimestre de 2020”, anunciou.
Parque nuclear entre os mais eficientes do mundo
O ministro mencionou ainda que a extensão da vida útil de Angra 1 já foi requerida à Comissão Nacional de Energia Nuclear, com 5 anos de antecedência, contemplando uma prorrogação até 2044. “É importante destacar que o parque gerador nuclear brasileiro está entre um dos mais eficientes do mundo!! Nos últimos 3 anos, continuamos apresentando elevados níveis de desempenho, mantendo o Brasil classificado em 7º lugar dentre 31 países que possuem parque nuclear”, afirmou.
Bento Albuquerque concluiu sua fala parabenizando as Indústrias Nucleares do Brasil e a Marinha do Brasil, e enalteceu o apoio da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, “na célere condução do licenciamento de operação”. “A visão de futuro para o setor nuclear requer uma intensa sinergia entre governo, mercado e a sociedade organizada, quer pela convergência de esforços empreendidos, quer pelos extraordinários resultados até aqui alcançados. Tenho a convicção que o futuro nos reserva um setor nuclear brasileiro autossuficiente, pujante e soberano”, encerrou o ministro.