Renováveis aumentam participação na matriz
Da Redação, de Brasília (com apoio do MME) —
As fontes renováveis de energia, que incluem hidráulica, eólica, solar e bioenergia, chegaram a 46,1% de participação na Matriz da Demanda Total de Energia de 2019 (ou Matriz Energética), aumentando 0,6 ponto percentual em relação ao indicador de 2018. O indicador brasileiro representa três vezes o mundial.
A demanda total de energia chegou a 294 milhões tep, mostrando crescimento de 1,4% sobre 2018, acima da taxa do PIB (1,1%), e respondendo por 2% da energia mundial. A energia solar cresceu 92% e a eólica, 15,5%, fontes que, somadas, contribuíram com 50% do aumento da participação das renováveis na matriz.
Estes indicadores fazem parte da Resenha Energética Brasileira de 2020, tendo como fonte de dados o Balanço Energético Nacional do ano base 2019 (edição 2020), concluído pela Empresa de Pesquisa Energética, com a cooperação do Ministério de Minas e Energia e as empresas e agentes do setor energético.
O desempenho do setor de energia em 2019 chama a atenção em três importantes resultados: crescimento do consumo das famílias, renovabilidade e segurança.
Nos indicadores associados ao consumo das famílias, o consumo residencial de energia elétrica cresceu 3,5% e o consumo comercial cresceu 4,5%. Outro indicador importante, o de consumo de energia em veículos leves (gasolina, etanol e gás natural), cresceu 4,5% em 2019. A construção civil também teve bom desempenho, quando avaliada pelo consumo de energia na produção de cimento, que cresceu 2,9%.
Nos indicadores de renovabilidade, além dos já mencionados, merece destaque o crescimento de 11% no consumo de bicombustíveis líquidos no setor de transportes (etanol e biodiesel), já chegando a uma participação de 25,1% na energia total do setor, indicador 8 vezes o mundial. Na indústria, a bioenergia participa com 40% da energia total, indicador 5 vezes o mundial. Na matriz de oferta de energia elétrica, as renováveis ficaram com 83%, mais de 3 vezes o indicador mundial, de 26%.
No indicador de segurança energética, o Brasil que historicamente foi dependente de importações de energia até 2017, em 2018 teve superávit de 1,4% e em 2019 este superávit aumentou para 4,9% (produção primária acima da demanda total). Os aumentos de 7,6% na produção de petróleo e de 9,5% na produção de gás natural foram determinantes no melhor superávit de energia.