Consumo aumenta na 1ª quinzena de setembro
Da Redação, de Brasília (com apoio da CCEE) —
No Ambiente de Contratação Regulada – ACR, que reúne os consumidores cuja compra de energia é feita pelas distribuidoras, o consumo manteve-se praticamente estável em setembro (+0,1%), somando 43.343 MW médios. Já no Ambiente de Contratação Livre – ACL, em que os consumidores podem escolher o fornecedor da sua energia, o avanço foi de 7,9%, chegando a 20.318 MW médios. Expurgadas as migrações para o mercado livre, o ACR verificaria alta de 2,2% e, o ACL, elevação de 3,2%. Os autoprodutores ampliaram seu consumo em 6,35%, para 2.245 MW médios.
Mesmo com o retorno gradual das atividades, que foram reduzidas devido à pandemia de Covid-19, os segmentos de veículos (-5,0%), serviços (-4,3%) e transporte (-3,5%) ainda registram as maiores quedas no consumo. No entanto, com retrações mais amenas do que nos meses anteriores. A maioria dos segmentos, por outro lado, aumentou seu consumo: saneamento (28,2%), comércio (20,6%) e bebidas (14,6%). Parte do aumento está diretamente vinculado à migração dos consumidores para o ACL.
Ao se expurgar o efeito da migração para o ACL, verifica-se crescimento do consumo nos ramos de bebidas (10,6%), minerais não metálicos (10,6%), químicos (9,3%), madeira, papel e celulose (8,4%), manufaturados diversos (6,1%) e metalurgia e produtos de metal (5,0%).
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE realizou nesta terça-feira, 22 de setembro, a rodada de setembro do Mecanismo de Venda de Excedentes – MVE, em que as distribuidoras negociam sobras de energia com agentes do mercado livre. Ao todo, foram transacionados 690,7 MW médios para o período de três meses, de outubro a dezembro, nos submercados Nordeste, Sudeste/Centro-Oeste e Sul.
O certame contou com 41 ofertas de venda e 443 propostas de compra. No Sudeste/Centro-Oeste, foram negociados 119 MW médios a preço fixo e 11,2 MW médios ao PLD mais um spread de R$ 0,11, em produtos de energia convencional. Também houve a comercialização de 32 MW médios de energia especial, a PLD mais spread de R$ 5,00.
No Sul, 50 MW médios de energia convencional foram vendidos a PLD mais um spread de R$ 0,01 e outros 352,5 MW médios de energia especial ao PLD mais spread de R$ 0,10. Já no Nordeste, o mecanismo viabilizou a venda de 126 MW médios de energia especial, a PLD mais spread de R$ 1,50.
Liquidações financeiras na CCEE
As liquidações financeiras de cotas de energia nuclear e de garantia física e potência referentes a agosto de 2020 movimentaram cerca de R$ 1,2 bilhão.
A liquidação financeira de energia nuclear é a operação pela qual as distribuidoras rateiam a produção das usinas de Angra I e II, que pertencem à estatal Eletronuclear e estão instaladas em Angra dos Reis (RJ). A operação de agosto, que envolveu 46 empresas de distribuição, teve adimplência de 99,9%, movimentando R$ 319.604.922,02 dos R$ 319.724.152,05 contabilizados.
A liquidação de cotas é a operação na qual as distribuidoras de energia pagam uma receita de venda definida pelo governo para as geradoras envolvidas nesse regime – hidrelétricas cuja concessão foi renovada ou expirada e que é alcançada pela Lei 12.783/2013. Os empreendimentos enquadrados no regime somam mais de 12 GW médios de garantia física. A operação em agosto passado considerou o pagamento de 46 distribuidoras e liquidou R$ 882.089.907,44, com 99,9% de adimplência.