BR Distribuidora compra Targus e entra no ML
Da Redação, de Brasília (com apoio da BR Distribuidora) —
A BR Distribuidora anunciou, nesta quinta-feira, 26 de novembro, acordo para aquisição da comercializadora Targus Energia e passa, com este investimento, a atuar em um novo segmento: a comercialização de energia elétrica.
“Dentro de suas competências, a BR quer entregar a energia que o cliente quer consumir, no momento e na forma como ele quiser. Agora também como comercializadora, damos mais um passo para oferecer mais soluções para nossos clientes” afirmou Rafa Grisolia, presidente da BR.
Para a aquisição de participação na Targus Energia, a BR irá desembolsar R$ 62,1 milhões entre primária e secundária, ao longo dos próximos quatro anos e passa a ser a controladora da Targus com 70% das ações. A transação prevê ainda mecanismos de earn-out e opções de compra e venda dos 30% restantes.
O negócio ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), entre outras condições precedentes típicas neste tipo de transação.
A Targus iniciou sua operação com as atividades de compra e venda de energia no ambiente de contratação livre e expandiu para os segmentos de geração distribuída e gestão energética de consumidores e geradores no ACL. Fundada em 2017, a Targus Energia possui cerca de 200 unidades consumidoras em sua carteira, tendo negociado 3,9 mil GWh em 2019, obtendo um faturamento próximo de R﹩ 900 milhões.
“Nosso crescimento é fruto da pluralidade técnica da equipe e do comprometimento com a gestão dos processos, contando com especialistas em comercialização, gestão de consumidores, regulação e modelagem do setor elétrico. Esta parceria criará o veículo de crescimento da BR no segmento de energia com uma plataforma integrada de soluções energéticas para a sociedade”, diz Daniel Lima, sócio da Targus Energia.
O mercado livre de energia, que representa hoje cerca de 30% do consumo energético do país, tem amplo potencial de crescimento para os próximos anos. A BR pretende absorver essa oportunidade a partir da utilização de sua extensa rede de clientes, capilaridade comercial e estrutura financeira, somados à expertise e capacidade de execução dos sócios da Targus, que permanecerão na operação.
“Essa parceria com a BR fortalece e acelera os planos de ambas as companhias para os próximos anos. A energia será oferecida aos clientes da BR e a todos os consumidores do país, tanto na forma elétrica, através do ACL e de geração distribuída, quanto na forma de gás natural, com o desenvolvimento do Novo Mercado de Gás. Nosso objetivo será a redução de custos e o aumento da competitividade dos nossos clientes”, afirma Thiago Natacci, sócio-fundador da Targus.
Com este investimento, a BR contará com um portfólio adicional de produtos de energia. Além do mix já atualmente oferecido e da venda propriamente dita, a BR oferecerá serviços relacionados ao mercado livre, produtos de geração distribuída para consumidores menores e eventualmente produtos e serviços relacionados ao futuro mercado livre de gás. No mercado B2B, o portfólio da BR inclui aproximadamente 14 mil grandes clientes, em segmentos como aviação, transporte, produtos químicos e supply house, que poderão se beneficiar dessa nova empreitada.
A BR Distribuidora salientou que, atualmente, apenas consumidores que possuem uma demanda contratada mínima de 500 kW podem acessar este mercado, o que se traduz em uma fatura mensal de energia de aproximadamente R$ 40 mil. “Este segmento traz diversos benefícios aos seus consumidores, entre eles a representativa redução nos custos com a conta. Também é possível, por exemplo, customizar seus contratos com fornecedores da forma que mais se adequar ao perfil de consumo de cada cliente. Outra vantagem é a previsibilidade: os preços de energia podem ser fixados para o longo prazo e, portanto, os consumidores ficam menos expostos às naturais oscilações no preço”, argumentou a empresa em comunicado à imprensa.
O mercado livre de energia atingiu patamares históricos, com mais de 10 mil agentes registrados e cerca de 300 comercializadoras de energia. Além disso, está em discussão pelos agentes regulatórios novas regras que tendem a reduzir o consumo mínimo necessário para acessá-lo, representando uma excelente oportunidade de mercado.