Da Redação, de Brasília (com apoio da EDP) —
A EDP desenvolveu o primeiro ônibus elétrico brasileiro totalmente movido a energia solar. Idealizado na UTE Pecém, no Ceará, o modelo conta com o uso de um banco de baterias que garante autonomia de 300 quilômetros no transporte do veículo. Com um investimento de R﹩ 4,85 milhões, o projeto-piloto foi desenvolvido em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp).
O veículo, projetado pela área de Pesquisa & Desenvolvimento da Usina, está sendo utilizado para fazer o transporte de colaboradores entre Fortaleza e São Gonçalo do Amarante, onde fica a usina térmica da EDP. Durante o percurso de 70 km, o veículo consome a energia armazenada no banco de baterias. A recarga é feita no estacionamento da empresa, utilizando um carport montado com placas solares.
Para isso, foram instaladas 183 placas solares na usina, garantindo independência em relação à energia da geração da UTE e do sistema de distribuição. As placas carregam as baterias do ônibus nos intervalos entre as viagens. A troca do combustível fóssil por uma fonte 100% limpa é mais um esforço da UTE Pecém para se tornar cada vez mais sustentável.
O veículo, com chassi da BYD e carroceria da Marcopolo, está sendo operado diariamente pela empresa Gertaxi, que realiza o transporte dos funcionários até a usina. Antes de iniciar os testes, a EDP e os parceiros promoveram treinamentos a fim de capacitar motoristas quanto ao sistema do veículo e características peculiares, como a distribuição da carga de energia elétrica.
“A EDP tem como objetivo liderar a transição energética no País, e a mobilidade elétrica tem recebido atenção especial da Companhia. O ônibus elétrico solar é uma inovação que mostra o potencial dessa solução sustentável para o transporte urbano e rodoviário de massa”, afirma Cayo Moraes, gestor executivo de operação na EDP no Brasil.
Geração de energia durante o percurso
A segunda fase do projeto prevê a aplicação, no teto do veículo, de filmes fotovoltaicos orgânicos (Organic Photovoltaic – OPV), compostos por células capazes de gerar energia elétrica a partir da luz do sol. Por sua flexibilidade, essa tecnologia permite a instalação em diversos locais e superfícies, como janelas, móveis, portas e paredes.
As células no teto do ônibus serão testadas nas condições climáticas existentes no Nordeste com a finalidade de abastecer parte do consumo dos serviços no interior do ônibus, como o carregamento de celulares e outros periféricos tecnológicos.
Mobilidade urbana de massa
O projeto da EDP de um ônibus 100% elétrico abastecido por energia solar reforça o investimento da companhia no segmento do transporte coletivo. Outro projeto-piloto da empresa, em parceria com a VIX Logística, do Grupo Águia Branca, desenvolveu um sistema de recarga para frotas de ônibus elétricos no Espírito Santo. O objetivo é contribuir para a melhoria do transporte coletivo no Brasil com a redução da emissão de gases poluentes.
Atualmente, o Brasil possui uma frota com cerca de 500 mil ônibus em circulação. Dentro do mercado de mobilidade elétrica, o segmento de ônibus elétricos é o que possui o maior potencial de benefícios socioambientais, retorno financeiro e oportunidades no setor de energia.
A iniciativa no Espírito Santo, com duração de cerca de dois anos e investimento total de R﹩ 6,6 milhões, foi contemplada na Chamada Pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o tema Mobilidade Elétrica Eficiente, via fundo de Pesquisa e Desenvolvimento. O projeto-piloto é composto por um ônibus elétrico e por quatro estações de recarga, operando de forma integrada por meio de uma plataforma de gestão, que possibilitará a realização de testes de funcionalidade e do modelo de negócio.
Renováveis no RN
A EDP Renováveis conseguiu a aprovação do financiamento de R﹩ 568 milhões do BNDES para construção do Complexo Eólico de Jerusalém (I-VI) , situado nos municípios de Lajes, Pedro Avelino e Pedra Preta, no Rio Grande do Norte e para implementação dos sistemas de transmissão associados.
O complexo eólico contará com 43 aerogeradores modelo V150 de 4,2MW cada, torres de 125m de altura e uma potência nominal total de 180,6 MW. Sua previsão de entrada em operação é até janeiro de 2024. A energia gerada pela instalação poderá abastecer aproximadamente 270 mil residências. A construção dos parques Eólicos Jerusalém I-VI empregará cerca de 1.150 pessoas. O projeto está em fase de contratação das construtoras.
“O projeto Eólico Jerusalém I-VI faz parte do complexo eólico Jerusalém/Boqueirão, que se conectará ao Complexo Eólico Monte Verde, que também encontra-se em fase de pré-construção. Ambos contaram com financiamento do BNDES. Somados, eles terão 138 aerogeradores e potência nominal total de 579,6 MW”, Luis Barros, diretor Regulatório e de Operações da EDP Renováveis no Brasil.