CCEE: consumo cresceu 13,4% em abril
Da Redação, de Brasília (com apoio da CCEE) —
O Brasil encerrou o mês de abril com alta de 13,4% no consumo de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN), alcançando o volume de 63.342 megawatts médios. O resultado dá continuidade a uma sequência de 10 meses de crescimento, iniciada em julho de 2020, e reflete a resiliência de setores da economia na pandemia de Covid-19. A informação faz parte do boletim “InfoMercado Quinzenal”, monitoramento periódico feito pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Na visão da CCEE, o aumento tem sido influenciado principalmente pelo mercado livre de energia, no qual grandes consumidores, como indústrias, shoppings ou empresas, podem negociar contratos diretamente com geradoras ou comercializadoras. O consumo nesse segmento em abril cresceu 31,3%. Excluindo as novas cargas, que entraram nesse ambiente nos últimos 12 meses, a alta teria sido de 25,4%.
Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE, afirma que o cenário sinaliza para uma retomada gradual da economia. “Temos indícios de que o ano de 2021 será muito mais positivo que o anterior. Os números apontam para uma curva de aprendizagem de setores produtivos, que se reinventaram para operar diante da pandemia de COVID-19. Paralelamente, o avanço expressivo do mercado livre nesse período desafiador reforça a sua importância para a economia brasileira”, avalia.
Por sua vez, o mercado regulado, que inclui os consumidores residenciais e grande parte dos comércios e pequenos empresários, registrou alta de 5,9%. Se considerássemos o expurgo das cargas que saíram deste segmento nos últimos 12 meses, o crescimento teria sido de 8,4%.
Consumo por estado
Na análise regional, apenas o Acre e Rondônia registraram queda, de 50% e 16%, respectivamente. Os demais estados encerram abril com números positivos, com destaque para o Ceará (21%), Rio de Janeiro (21%), Santa Catarina (18%), São Paulo (18%) e Pará (17%).
A CCEE também monitora o consumo de eletricidade em 15 setores da economia e, mesmo excluindo as novas cargas entrantes nos últimos 12 meses, todas as áreas avaliadas tiveram alta em abril. O relatório destaca a produção de veículos, que consumiu 178,6% a mais em relação ao mesmo período do ano passado, seguida pelos setores Têxtil (92,8%), Bebidas (51,3%) e Manufatura (41,8%). Destaque também para Serviços (32,7%) e Comércio (7,3%).
Acompanhando o crescimento na demanda, a geração de energia elétrica também encerrou o mês de abril com alta de 13,4%, com oferta de 66.998 megawatts médios. A maior parte segue sendo fornecida pelas hidrelétricas, que são a principal fonte de energia do país e entregaram 48.367 MW médios, volume 6,1% maior que o montante de 2020. Entre as demais fontes, destaque para a geração eólica (44,4%), térmica (36,8%) e solar (9,1%).