CMSE reitera garantia de suprimento em 2021
Da Redação, de Brasília (com apoio do MME) —
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) se reuniu nesta terça-feira, 1º de junho, e avaliou, dentre outros assuntos, as condições de suprimento eletroenergético ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Conforme destacado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e a exemplo do relatado na reunião extraordinária ocorrida na semana anterior, permanece o cenário de atenção quanto às condições de atendimento, com predominância de baixos armazenamentos nos reservatórios das usinas hidrelétricas e sem a perspectiva de volumes significativos de chuva no curto prazo. Além disso, as afluências permanecem inferiores aos valores médios históricos, com a caracterização dos piores montantes verificados para o SIN no período de setembro a maio em 91 anos de histórico.
Segundo um comunicado divulgado à noite pelo MME, na reunião foram mencionadas as ações e avaliações em curso para garantir a máxima disponibilidade de recursos energéticos para o SIN em 2021, inclusive com articulação com instituições não participantes do setor elétrico brasileiro.
“Dessa forma, espera-se que as medidas possam ser implementadas conforme necessidades apontadas, garantindo assim sua efetividade no aumento da garantia da segurança e continuidade do suprimento de energia elétrica no País. Tendo em vista os estudos apresentados pelo ONS, o CMSE reafirmou a importância da implementação das flexibilizações das restrições hidráulicas relativas às usinas hidrelétricas Jupiá, Porto Primavera, Ilha Solteira, Três Irmãos, Xingó, Furnas e Mascarenhas de Moraes, para proporcionar a devida governabilidade das cascatas hidráulicas, preservar o uso da água e garantir a segurança e continuidade do suprimento de energia elétrica no País ao longo do período seco de 2021”, assinala o comunicado.
Na reunião, o Comitê destacou a expansão da capacidade de geração de energia elétrica do País verificada nos últimos anos. Em especial nos últimos cinco anos (de 2016 a 2020), a oferta de geração de energia elétrica foi aumentada em 36.500 MW, sendo 88% desse crescimento a partir de fontes renováveis. Destaque, nesse período, para as fontes eólica e solar centralizada, que totalizaram 12.600 MW (35%) dessa expansão. Houve ainda uma substancial contribuição das hidrelétricas a fio d`água (sem reservatório), com cerca de 45%. Este crescimento reforça a característica da matriz de energia elétrica do Brasil, uma das mais limpas e renováveis do mundo, sendo 83% renovável, enquanto que a média mundial é de 22%.
Para os próximos anos a tendência é de manutenção desse cenário para a matriz brasileira. Considerando os projetos já outorgados, 72% dos mais de 40 mil MW de capacidade instalada previstos para entrar em operação até 2026 são de usinas eólicas e fotovoltaicas. Adicionalmente, segundo o Plano Decenal de Energia – PDE 2030, é previsto que a Geração Distribuída Fotovoltaica acrescente mais de 10 mil MW na matriz.
O CMSE reiterou a garantia do suprimento de energia elétrica em 2021 aos consumidores brasileiros e registrou o compromisso da manutenção da prestação dos serviços, observando também a devida transparência nas decisões indicadas pelo Colegiado.
“Por fim, foi destacada a importância do uso eficiente de água e energia elétrica, evitando desperdícios que podem se traduzir em custos adicionais, pagos por toda a sociedade, uma vez que a plena recuperação dos armazenamentos das usinas hidrelétricas somente será possível quando tivermos, de maneira mais perene, volumes de chuva suficientes para esse esperado aumento dos níveis dos reservatórios”, assinalou a nota do MME.
Informações Técnicas:
Condições Hidrometeorológicas: no mês de maio, houve predominância de chuvas abaixo da média histórica nas bacias hidrográficas de interesse do SIN. Em relação à Energia Natural Afluente (ENA), em maio foram verificados valores abaixo da média histórica em todos os subsistemas. Considerando a ENA agregada do SIN, foram verificados no último mês valores próximos a 63% da Média de Longo Termo (MLT), o que corresponde ao pior maio do histórico de 91 anos.
Energia Armazenada: em maio, foram verificados armazenamentos equivalentes de 32,2%, 57,2%, 63,6% e 84,5% nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente, e a previsão para o fim de junho nesses subsistemas é de 28,8%, 69,8%, 54,2% e 83,3% da EARmáx.
Expansão da Geração e Transmissão: a expansão verificada em maio de 2021 foi de aproximadamente 244 MW de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica, 79 km de linhas de transmissão e 1.041 MVA de capacidade de transformação. Assim, em 2021, a expansão totalizou 1.379 MW de capacidade instalada de geração centralizada, 2.840 km de linhas de transmissão e 10.929 MVA de capacidade de transformação.