Postos de combustíveis rebatem Bolsonaro
Da Redação, de Brasília (com apoio da AbrilLivre) —
Em resposta às recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro, em que afirmou que os culpados pela elevação de preços dos combustíveis e gás de cozinha são o ICMS estadual e os revendedores de combustíveis, a AbriLivre – Associação Brasileira de Revendedores de Combustíveis Independentes e Livres – se posicionou em defesa dos revendedores de combustíveis. Segundo a associação, os postos de combustíveis dependem dos preços praticados pelas distribuidoras, pois as atuais regras da ANP os impedem de comprar os produtos diretamente das refinarias de petróleo e usinas de açúcar e álcool.
Segundo o diretor executivo da AbriLivre, Rodrigo Zingales, quando a Petrobras eleva os preços da gasolina e do diesel, as distribuidoras repassam imediatamente esses aumentos aos postos. “No entanto, quando há uma redução no preço, as distribuidoras usualmente repassam aos postos apenas parcela dessa redução. Por esta razão, muitas vezes os consumidores reclamam que os postos não repassaram integralmente as reduções de preços da Petrobras para a bomba”, complementa.
De acordo com a associação, as margens brutas dos postos, que correspondem à diferença entre o preço de compra do combustível pago às distribuidoras e o preço de venda aos consumidores, nos últimos anos têm caído drasticamente, exatamente porque as distribuidoras têm absorvido parte dessas margens.
“Na maioria das vezes, as margens brutas dos postos resumem-se a alguns poucos centavos e quando muito atingem R$ 0,30 ou R$ 0,40 por litro (ou seja, menos de 10% do preço da bomba do etanol, gasolina ou diesel), sendo que para muitos postos esse valor pode não ser suficiente para pagar todas as suas contas. Logo, com o devido respeito, o Exmo. Senhor Presidente da República equivocou-se ao afirmar que os responsáveis pelos preços elevados dos combustíveis seriam o ICMS e os postos revendedores de combustíveis. Basta solicitar para a ANP os preços de compra e de venda dos combustíveis das distribuidoras ou, simplesmente, analisar seus balanços para entender quem está ganhando e quem está perdendo”, completa Rodrigo Zingales.
Para reforçar o quanto a dependência dos revendedores com as distribuidoras pode ser o grande “vilão” dos preços altos, a “A Associação Brasileira dos Revendedores de Combustíveis Independentes e Livres (AbriLivre) defende a venda direta e a revogação da tutela da fidelidade à bandeira, ou paliativamente a “bomba não exclusiva”, por acreditar que desta forma teremos um mercado mais justo para todos”, completa.