Covid-19 derruba previsão para petróleo
A rápida disseminação da variante delta da covid-19 e seu impacto na economia global devem fazer o mundo consumir menos petróleo neste ano do que o anteriormente projetado, afirmou a Agência Internacional de Energia (AIE) nesta quinta-feira, dia 12. Em seu relatório mensal, a entidade sediada em Paris avaliou que a piora na pandemia, bem como revisões de dados históricos, significam que a demanda global foi “reduzida de maneira apreciável”, com parte da previsão de retomada neste ano ficando para 2022.
A AIE cortou sua projeção para crescimento na demanda global por petróleo em 100 mil barris por dia (bpd) em 2021, a 5,3 milhões de bpd. Já a projeção para alta na demanda em 2022 foi elevada em 200 mil barris por dia, a 3,2 milhões de bpd. O relatório continua a projetar que a demanda pela commodity retorne às máximas pré-pandemia no segundo semestre do próximo ano.
Além disso, a AIE afirmou que o momento da disseminação da variante delta tem coincidido com a planejada alta na oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). Ela acredita que a demanda global não se igualará ao avanço já previsto na oferta no próximo ano, com a Opep+ elevando sua produção.
A AIE ainda cortou sua estimativa para crescimento na produção de petróleo em 2021 para países de fora da Opep+ em 170 mil bpd, a 600 mil bpd. Os EUA devem ser responsáveis por 60% desse crescimento. Ainda assim, o mercado global pode estar “um pouco abaixo na oferta” no quarto trimestre deste ano, acredita a AIE, a menos que sanções contra o Irã sejam relaxadas, diz a agência
Segundo a AIE, o nível de cumprimento do acordo de oferta da Opep+ ficou em 110% em julho, ou seja, os países do grupo produziram mais do que o combinado em seu acordo. A AIE disse que a produção da Opep+ aumentou 720 mil bpd em julho. A produção apenas da Arábia Saudita aumentou 540 mil bpd em julho, a 9,46 milhões de bpd.