Cesp avança nas vendas de médio prazo
Da Redação, de Brasília (com apoio da Cesp) —
A Companhia Energética de São Paulo (Cesp) registrou receita líquida de R$ 572 milhões, no terceiro trimestre de 2021, o que representa uma alta de 22% em relação à do mesmo período em 2020.
A crise hídrica continuou impactando a margem operacional da Companhia e o Ebitda Ajustado recuou 39%, atingindo R$ 143 milhões. O lucro líquido de R$ 395 milhões reflete os efeitos da repactuação do GSF das UHEs Paraibuna e Porto Primavera.
Para mitigar os efeitos do cenário hidrológico em seu resultado, a Cesp vem equalizando sistematicamente seu balanço energético, originalmente deficitário para 2021 e 2022 em decorrência da revisão de garantia física da UHE Porto Primavera com a privatização, em 2018. Nesse contexto, a empresa comprou 377 MW médios de energia para o equacionamento do balanço de 2021. O preço médio anual de compra de energia, atualmente, é de R$ 243/MWh, 19% acima do preço de 2020.
“Ao longo deste 3º trimestre, dado o cenário crítico de risco hidrológico e os impactos em GSF e preço de energia, tomamos a decisão de não ficarmos expostos no curto prazo e, portanto, equalizamos o balanço energético da companhia, originalmente deficitário, para este ano e 2022”, afirma Mario Bertoncini, dretor presidente e de Relações com Investidores da Cesp.
Para 2022, a Companhia já comprou 100% da energia necessária com objetivo de equacionar o déficit energético previsto.
O cenário adverso, por outro lado, permitiu à companhia avançar na venda de energia de médio prazo, com contratos negociados no mercado livre para o período entre 2024 e 2026, ao preço médio de R$ 172/MWh. A diversificação da carteira de clientes também prosseguiu, favorecendo as transações.
A empresa reduziu as contingências passivas em R$ 1,5 bilhão, com o resultado de acordos judiciais e revisão de estimativas conforme a evolução de processos, com destaque para acordos realizados junto a oleiros e ceramistas de Panorama (SP). A Cesp esclarece que realizou atendimento presencial e online, por meio de uma plataforma desenvolvida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), junto a autores do referido processo, para que conhecessem a proposta de acordo, visando ao encerramento da ação judicial. A iniciativa, segundo a empresa, contou com ampla divulgação regional, utilizando diversos meios para chegar aos mais de 2 mil autores.
Outro marco que a companhia destaca como avanço dessa estratégia foi a aprovação da Pprevic (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) à proposta de migração do plano da Vivest, entidade que administra os planos de previdência de aposentados e pensionistas da Cesp. “Com isso, damos sequência ao plano de migração, que tem previsão de ser concluído em fevereiro de 2022”, enfatizas a empresa.
Evento subsequente ao trimestre e de destaque nos últimos dias, a Companhia recebeu, em 18 de outubro de 2021, de seus acionistas controladores indiretos Votorantim S.A. e Canada Pension Plan Investment Board, uma proposta de reorganização societária. Em 21 de outubro de 2021, o Conselho de Administração da Cesp se reuniu e aprovou a criação e composição do Comitê Independente que fará a análise da proposta recebida. T
A Cesp atua na geração e comercialização de energia elétrica. Fundada em 1966, a Companhia detém a concessão de duas usinas de geração hidrelétrica, instaladas nas bacias hidrográficas do Rio Paraná e do Rio Paraíba do Sul, no estado de São Paulo. Juntas, as unidades Engenheiro Sergio Motta (Porto Primavera) e Paraibuna somam 1.627 MW de capacidade instalada.
Com o processo de privatização da Cesp, desde dezembro de 2018, a Companhia é controlada por uma joint venture formada pela Votorantim Energia e pelo Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB)