Baixa temperatura ajuda a reduzir consumo
Da Redação, de Brasília (com apoio da CCEE) —
Temperaturas mais amenas nas regiões Sudeste e no Sul contribuíram para uma redução de 5,7% no consumo de eletricidade do Brasil em outubro, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados preliminares são do Boletim InfoMercado Quinzenal, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, e mostram que o país utilizou 62.918 MW médios do Sistema Interligado Nacional (SIN) no último mês.
O mercado regulado, que fornece energia para consumidores de menor porte, como pequenos comércios e residências, demandou 40.614 MW médios, volume 10,4% menor na comparação anual. Já o mercado livre, que atende empresas ligadas à alta tensão, como indústrias e shoppings, utilizou 22.304 MW médios, alta de 4,2%.
A CCEE explica que a migração de cargas entre esses dois ambientes também pode influenciar os dados. Se desconsiderar os consumidores que se deslocaram entre dois segmentos nos últimos doze meses, o mercado regulado teria reduzido em 8% o seu consumo, enquanto o livre teria mantido estabilidade, com uma leve variação negativa de 0,3%.
Outro fator relevante é o impacto da Geração Distribuída (GD) no ambiente regulado. São geradores independentes, como painéis fotovoltaicos instalados em empreendimentos comerciais ou residências. Se não houvesse esse tipo de sistema, a redução no mercado regulado teria sido menor, de cerca de 9%.
As regiões Norte e Nordeste foram as únicas em que alguns estados registraram taxas de crescimento no consumo de energia no comparativo com outubro do ano passado. Destaque para Ceará e Rondônia, ambos com a maior alta do período, de 3%. As demais regiões tiveram queda na demanda por eletricidade. Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul recuaram 14%, 12% e 11%, respectivamente.
Em outubro, o boletim da CCEE também registrou aumentos significativos na geração de energia solar fotovoltaica, que avançou 57,9%, seguida pela eólica, que cresceu 20,8%. As termelétricas aumentaram a produção em 19,8% para garantir o fornecimento de energia ao país e compensar o recuo de 20,9% na participação das hidrelétricas, em função do cenário hidrológico atual.