Com crise hídrica, receita da Petrobras cresceu
Maurício Corrêa, Brasília —
O “Relatório de Produção e Vendas” da Petrobras referente ao quarto trimestre de 2021, divulgado no dia 09 de fevereiro, quarta-feira, mostra a dupla face cruel da crise hídrica. Não é culpa da Petrobras e a situação seria muito pior para o País se as suas térmicas a gás natural não existissem. Mas, enquanto os consumidores de modo geral penaram para pagar as contas de luz mensais, devido aos impactos da utilização da energia térmica no reforço ao sistema, a estatal quase que dobrou a sua geração de energia elétrica, no ano passado, quando o parque térmico trabalhou com a sua força total para se evitar o racionamento.
Segundo o relatório, em 2021, a geração de energia elétrica alcançou 3.419 MW médios, registrando-se um aumento de 94,7% em relação a 2020, em virtude das condições hidrológicas ao longo do ano passado e dos efeitos da retomada econômica após o auge da pandemia da Covid-19. Esse desempenho excepcional deve refletir muito positivamente no balanço consolidado da companhia referente ao exercício de 2021.
No documento, a estatal destacou a contratação de 1.284 MW de potência em dezembro de 2021 no primeiro leilão de reserva de capacidade do país (A-5), “configurando uma importante oportunidade para recontratação das nossas usinas, especialmente nessa conjuntura energética em que as usinas termelétricas têm desempenhado papel fundamental na complementação energética no Sistema Interligado Nacional”.
Além disso, o volume de vendas de gás natural aumentou 25% em 2021, na comparação com o ano anterior. Esse aumento pode ser explicado tanto pelo maior despacho termelétrico, quanto pela recuperação do consumo por parte do segmento industrial, impactado pelos efeitos da pandemia da Covid-19 no ano de 2020.
Pelo lado da oferta, o volume de GNL regaseificado alcançou 23 milhões de m³/dia em 2021 (aumento de 188% em relação a 2020), contribuindo para uma oferta total de gás natural ao mercado de aproximadamente 85 milhões de m³/dia. Esse maior volume de GNL entregue ao mercado foi viabilizado com a ampliação da capacidade de regaseificação do terminal da Baía de Guanabara (RJ), que passou de 20 MM de m³/dia para até 30 MM de m³/dia. Tal fato evidencia o esforço empreendido pela Petrobras no intuito de garantir o atendimento dos compromissos junto aos nossos clientes.
No documento, a estatal também destacou o rrecorde na produção própria do pré-sal, com média anual de 1,95 MMboed, representando 70% da produção total da Petrobras. “Nossa produção no pré-sal vem crescendo rapidamente e o recorde registrado representa mais do que o dobro do volume que produzíamos nesta camada há 5 anos”, assinalou a Petrobras.
“O alcance desses resultados demonstra o compromisso da Petrobras com o cumprimento das suas metas e o foco em ativos em águas profundas e ultraprofundas, que têm demonstrado grande diferencial competitivo, produzindo óleo de baixo custo de extração e alta qualidade, com baixas emissões de gases de efeito estufa”, afirma o diretor de Exploração e Produção, Fernando Assumpção Borges.