Sotreq tem projeto de cogeração a biogás
Da Redação, de Brasília (com apoio da Sotreq) —
A Sotreq, uma empresa que atua no segmento de máquinas para a construção pesada, está implementando um projeto de cogeração de biogás que vai além do fornecimento de energia elétrica para a AB Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo. A multinacional, dona de marcas como Fleischmann e Ovomaltine, contará com vapor e água quente produzidos por geradores Caterpillar no seu processo industrial na planta localizada em Pederneiras, no centro do estado de São Paulo, cerca de 300 km da capital.
O projeto, considerado inovador em escala industrial, está em fase de implantação e o início das operações está previsto para meados deste ano. Um dos principais benefícios é a redução do custo de produção para a indústria, além da queda na emissão de gás tóxico.
“Sem dúvida este é um projeto diferenciado dos demais que temos realizado. Normalmente projetos a biogás são para geração de energia elétrica, tão somente. Neste caso, a Sotreq aplicará seus geradores a biogás na cogeração, entregando também, além da energia elétrica, vapor e água quente utilizados nos processos industriais”, explica Lucas Monteiro, gerente de Vendas de Motores a Gás e Biogás.
Tendência no segmento industrial
A Sotreq é o maior revendedor Caterpillar no Brasil. O fabricante de máquinas pesadas por si só já é um colosso, produzindo no Brasil mais de 260 modelos diferentes de equipamentos e motores, como escavadeiras hidráulicas, tratores de esteiras, carregadeiras de rodas, motoniveladoras, retroescavadeiras, compactadores, geradores, turbinas solares. Seu portfólio engloba ainda locomotivas diesel-elétricas da marca EMD e motores Perkins.
O projeto agora anunciado pela Sotreq é considerado uma tendência no segmento industrial, pois atende a uma das maiores reivindicações do setor, que é a redução dos custos de produção, principalmente com energia. Neste sentido, a utilização dos resíduos industriais para a produção de biogás tem grande potencial de expansão, na avaliação da Sotreq.
“Se observarmos as indústrias de alimentos, incluindo usinas de açúcar e álcool, veremos que uma característica é a elevada carga orgânica presente em seus efluentes, além de seu elevado índice de contaminantes. Por este motivo, é imprescindível fazer um tratamento adequado antes de despejar em rios ou na lavoura. Assim, a biodigestão anaeróbica é uma solução e, em contrapartida, produz o biogás, que se torna combustível para os motores gerarem energia elétrica e térmica, que é a cogeração, tão útil nesse tipo de mercado”, avalia Lucas.
Ele lembra a importância de contar com uma energia descentralizada, menos dependente de demanda adicional de energia das concessionárias, além de aumentar a própria segurança energética. Há ainda a possibilidade de comercializar esta energia renovável mediante contratos no mercado livre.
A Sotreq forneceu à AB Brasil o chamado projeto chave-na-mão. “Além do escopo abrangente a ser implementado pela Sotreq, também ficaremos responsáveis pelo tratamento do biogás com a desumidificação e, pioneiramente, com a redução de H2S (Sulfeto de Hidrogênio). Este é um grande diferencial. A Sotreq buscou atender às demandas de nossos clientes em termos de expansão de escopo e garantias”, explica Lucas.
A geração de energia com módulos em container, contendo dois motores à biogás Caterpillar, modelo que tem desempenho para aplicações à biogás e é atualmente o mais vendido, com versões nas potências de 1,2 MW, 1,56 MW e 2,0 MW. Suas principais características são alta eficiência elétrica e térmica, menor consumo de combustível e óleo do mercado, baixos níveis de emissões e maior vida útil.
Cogeração na medida certa
O gerente da Sotreq afirma que, para a indústria, antes da escolha correta do sistema de cogeração mais adequado, é necessário determinar a relação entre a demanda de energia elétrica e térmica da empresa, bem como sua oscilação ao longo do ano.
“Os principais passos no desenvolvimento de um projeto de cogeração a biogás é conhecer o combustível. Obter os dados referente a composição do biogás é o primeiro passo para definir o melhor equipamento. Outra etapa importante é conhecer as necessidades do cliente e como a energia térmica pode contribuir para a melhoria de eficiência do processo industrial”, enfatiza Lucas.