Emae revitaliza LT da Usina Henry Borden
Da Redação, de Brasília (com apoio da Emae) —
A Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) deu início à revitalização da linha de transmissão que conecta o sistema de 230 kV da usina subterrânea ao de 88 kV da usina externa do complexo Henry Borden, através do anel de 230/88 kV. O investimento no projeto é de R$ 2,1 milhões e a empresa que está implantando as melhorias é a Hersa Engenharia.
As duas subestações são essenciais na recomposição de cargas na cidade de São Paulo, quando há contingências, como, por exemplo, um blackout, no Sistema Interligado Nacional — SIN, atendendo também o bombeamento para controle de cheias da Região Metropolitana de São Paulo, por meio do rio Pinheiros e usina elevatória de Pedreira.
“Com a modernização, será possível melhorar a confiabilidade e disponibilidade do sistema, proporcionando flexibilidade operacional. Em operação há seis décadas, a linha de 230 kV é primordial para a interligação energética entre as duas usinas e suas respectivas subestações”, conta o diretor-presidente da Emae, Marcio Rea.
Entre as melhorias que serão implantadas estão a instalação de novas conexões, isoladores, suportes, grampos, ancoragens, sinalizadores, além do reforço e recomposição estrutural mecânica, elétrica e das bases de concreto. A pintura anticorrosiva, revitalização das malhas e sistemas de aterramento, dos cabos condutores e dos sistemas de para-raios também estão incluídos no escopo do projeto.
“A operação foi necessária devido à exposição a um ambiente com características de umidade e agressividade climática da Serra do Mar, que acentuam o envelhecimento, corrosão e degradação estrutural e dos componentes”, explica o diretor de Geração da Emae, Itamar Rodrigues.
Sobre a usina subterrânea
O complexo Henry Borden tem duas usinas, uma externa, inaugurada em 1926, e uma subterrânea, que começou a operar 30 anos depois. Somadas, as duas unidades possuem capacidade instalada de 889 MW. Para movimentar os geradores, as águas descem pelos tubos até chegar às turbinas, uma queda d’água de 720 metros, gerando energia elétrica.
A história que envolve a subterrânea, aliás, é bastante peculiar. Existe uma lenda que diz que ela foi construída para garantir a geração de energia caso a usina externa fosse destruída por um bombardeio. Mas a verdade é que o projeto construtivo de uma usina subterrânea era bem mais adequado ao local, pois a instalação de adutoras na encosta da Serra do Mar, como as da usina externa, era tecnicamente mais complicado, o que elevaria os custos da obra.
A área de máquinas da usina subterrânea fica encravada sob a montanha, a cerca de um quilometro da parte central do complexo. As águas chegam às turbinas por um túnel adutor, que percorre as entranhas do solo rochoso, do alto da serra até a casa de máquinas.
A Emae é uma empresa de capital aberto, cujo controle pertence ao Estado de São Paulo. É detentora e operadora de um sistema hidráulico e gerador de energia elétrica, localizado na Região Metropolitana de São Paulo, Baixada Santista e Médio Tietê, com capacidade total instalada de 935 MW. A empresa possui, também, uma usina termelétrica na Capital, atualmente arrendada para a Baixada Santista Energia — BSE, e uma subsidiária integral denominada Pirapora Energia, detentora da Pequena Central Hidrelétrica Pirapora, de 25 MW de potência instalada.