Projeto de baterias da Nissan, em SC, faz 3 anos
Da Redação, de Brasília (com apoio da Nissan) —
Um projeto pioneiro de reutilização de baterias usadas de carros elétricos desenvolvido pelo Laboratório de Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pela Nissan completou três anos de funcionamento com muita eficiência no Brasil. Desde o fim de 2019, postes de luz com baterias do 100% elétrico Nissan Leaf equipados com painéis fotovoltaicos e lâmpadas LED iluminam uma área do campus da universidade em Florianópolis, numa ação diferenciada que reforça a busca da entidade e da marca japonesa em estudar soluções futuras para a segunda vida de baterias de carros elétricos.
Segundo a Nissan, o sucesso da solução desenvolvida no Brasil mostra, no uso real, as possibilidades ligadas à mobilidade elétrica. São cinco postes de luz solar com baterias do Nissan Leaf que iluminam parte do pátio do laboratório de Fotovoltaica da UFSC – o Centro de Pesquisa e Capacitação em Energia Solar. Eles são alimentados por uma combinação de painéis solares no topo e baterias do veículo elétrico na base.
Além da praticidade de não depender de fiação da rede elétrica, cada poste deixa de consumir da rede cerca de 500 Wh de eletricidade por dia e os postes também funcionam mesmo quando falta energia elétrica na rede pública.
“Estes postes funcionam de maneira 100% independente do sistema de energia elétrica principal, não necessitando de cabos ou tomadas, sendo totalmente alimentados pela energia do sol. Após três anos de uso no dia a dia, este é um exemplo real das diversas possibilidades de aplicação das baterias elétricas de segunda vida e une três pilares de nossas pesquisas, que são a mobilidade elétrica, a energia solar e o armazenamento de energia”, comenta o professor Ricardo Rüther, que coordena o Laboratório de Fotovoltaica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
No entendimento da montadora japonesa, o projeto com a UFSC vai de encontro à visão global de longo prazo da Nissan, o Ambition 2030, que tem como objetivo promover um mundo mais limpo, seguro e inclusivo. As soluções para dar novas formas de utilização às baterias dos elétricos buscam a interação dos carros com a infraestrutura das cidades.
Este tipo de poste, por exemplo, pode ser uma solução para levar energia para regiões que não são atendidas pela rede tradicional de energia elétrica. “A tecnologia está testada e demonstrada, após três anos de operação ininterrupta no Laboratório de Energia Solar”, garante a Nissan.
“O compromisso da Nissan vai além de comercializar o veículo 100% elétrico que é um ícone mundial, o Nissan Leaf. Localmente, temos o objetivo de desenvolver o ciclo completo de vida do carro elétrico. A mobilidade elétrica está gerando, e ainda vai gerar, muitas oportunidades para toda a sociedade e a Nissan segue com o forte propósito de se manter na liderança desse novo mundo, do qual somos protagonistas desde 2010, quando lançamos a primeira geração do LEAF. Criar novos tipos de uso para as baterias usadas dos carros elétricos é um exemplo das oportunidades que temos e, nesse caso específico do projeto com a UFSC, pode, inclusive, gerar soluções de iluminação limpa para áreas urbanas ou mesmo regiões remotas do país”, explica Humberto Gomez, diretor de Marketing da Nissan do Brasil.
Para este projeto, a Nissan cedeu para a universidade 12 conjuntos de baterias da primeira geração do seu veículo elétrico, dos modelos que foram usados entre 2012 e 2016, em projetos experimentais da marca com táxis 100% elétricos no Rio e em São Paulo, uma ação percursora da chegada dos modelos eletrificados no Brasil. Cada conjunto conta com 48 baterias.
Desde 2018, a Nissan desenvolve no Brasil estudos de economia circular com foco na mobilidade elétrica e várias ações têm sido elaboradas com parceiros. Com a UFSC, a tecnologia de armazenamento de energia nas baterias de segunda vida do Nissan Leaf, por exemplo, já permitiu iluminar parte do estande da fabricante japonesa no Salão do Automóvel de São Paulo, no fim de 2018, e também gerar energia para diferentes fins em eventos da marca e outros projetos da universidade desde então.