Renováveis já representam mais de 90%
Da Redação, de Brasília (com apoio do ONS) —
O primeiro trimestre de 2023 se encerra com dados favoráveis na geração de energia. Indicadores do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam que o Sistema Interligado Nacional (SIN) foi abastecido basicamente por fontes limpas, majoritariamente hidráulica, eólica e solar, sendo responsáveis por mais de 90% da eletricidade usada pela sociedade. Em janeiro, as três fontes somadas chegaram a 91,2%.
Nos meses seguintes, esse patamar se manteve elevado, com fevereiro registrando 92,6% e março, com base nos dados apurados até o dia 29 do mês, chegando a 92,4%. A participação de geração das fontes renováveis não superava 90% desde 2011, reflexo não só do bom aproveitamento de recursos, como também da ampliação do número de usinas.
Os números confirmam que o Brasil tem uma capacidade diferenciada de geração de energia limpa, se comparado com outros países. O sistema elétrico brasileiro já é sustentado por fontes renováveis que também oferecem segurança energética, isto é, conseguem atender plenamente às demandas de carga e potência.
Os dados de Energia Armazenada (EAR), ou seja, a capacidade de gerar eletricidade pela força das águas, demonstram que em março de 2023, o Sudeste/Centro-Oeste registra 82,6%, o que configura o melhor março desde 2011 (82,9%). O avanço ante o mesmo mês de 2022 é de 19 p.p. (63,6%).
Os cenários prospectivos para os próximos meses são positivos. Os estudos do Operador também apontam que o subsistema Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO), ao final de agosto, deve atingir Energia Armazenada (EAR) entre 76,2%, nas análises menos favoráveis, e 90%, na perspectiva mais elevada. Mesmo se confirmada a suposição inferior, o indicador estará 20,2 p.p. superior ante o aferido em agosto de 2022.
O SE/CO é responsável por 70% da energia armazenada no país. Para 31 de agosto, a EAR do SIN deve variar entre 77,6% e 89,3%. Os armazenamentos projetados pelo Operador indicam condições confortáveis para o atendimento ao SIN em 2023.
Perspectivas de crescimento da carga
O boletim do Programa Mensal de Operação (PMO), referente à semana operativa entre os dias 1° e 07 de abril, traz cenários prospectivos de crescimento na carga no Sistema Interligado Nacional (SIN) e em todos os subsistemas. No SIN, a aceleração é estimada em 3,6% (73.181 MWmed).
Para os submercados, a elevação deve ser verificada nos seguintes percentuais: Sudeste/Centro-Oeste, com 0,3% (41.798 MWmed), Norte com 15% (6.750 MWmed), a região Sul com 12,7% (13.031 MWmed) e o Nordeste com 1,0% (11.602 MWmed). Os dados apresentados são as perspectivas para 30 de abril e as projeções são comparativos ante o mesmo período do ano passado.
Para a próxima semana operativa, as sinalizações meteorológicas indicam temperaturas mais amenas e precipitação nas capitais do Sudeste/Centro-Oeste e do Sul. As principais cidades do Norte e Nordeste não deverão apresentar variações significativas nos termômetros em relação à semana atual.
Ao longo dos três primeiros meses do ano, o Custo Marginal de Operação (CMO) se manteve zerado em todos os subsistemas. O CMO tem valor zero desde o final de dezembro de 2022 e esta é a décima quinta semana consecutiva em que o padrão se mantém.
Os panoramas para Energia Armazenada (EAR) apontam que três subsistemas devem encerrar o mês de abril com volumes superiores a 80%: o Nordeste (89,9%), o Norte (82,3%) e o Sudeste/Centro-Oeste (85,7%). Se o resultado para o Sudeste/Centro-Oeste se confirmar, será o maior volume para abril desde 2011 (87,8%). O Sul deve atingir EAR de 77,3% em 30 de abril.
Nas projeções de afluência, o Norte, com 116% da Média de Longo Termo (MLT), e o Sudeste/Centro-Oeste, com 92% da MLT, são as regiões com as perspectivas mais elevadas. Para o Sul, a expectativa é de 65% da MLT e o cenário estimado para o Nordeste é 36% da MLT. Os indicadores são referentes ao último dia de abril, mês que marca o encerramento do período tipicamente úmido.