hEDGEpoint: temores pelo petróleo aumentam
Da Redação, de Brasília (com apoio da hEDGEpoint Global Markets) —
A empresa especializada em inteligência de mercado hEDGEpoint Global Markets atualizou o seu relatório a respeito de como as taxas de juros com tendência de alta praticadas pelos bancos centrais estão impactando o negócio de petróleo no mundo inteiro. O site “Paranoá Energia” antecipa uma síntese do seu relatório:
“Com um dia de atraso por conta do feriado dos EUA, os relatórios de estoques americanos vieram do lado positivo para dar suporte aos preços. Contudo, sofreram drásticas correções ao longo da semana pelo tom mais hawkish das autoridades monetárias mundiais, em especial do banco central americano e banco central da Inglaterra.
Por outro lado, a indústria de refino mostra força ao adentrar na temporada de viagens do país, driving seasson, estimulando o consumo de combustíveis refinados. O estoques de petróleo estão bem abaixo da média de longo prazo, especialmente o diesel. Os últimos relatórios apontam um pequeno aumento de estoques de 0,4 milhão de barris para destilados médios e 0,5 milhões de barris para gasolina.
O modesto aumento dos estoques de produtos refinados deve estabelecer as bases para algum upside de preço e margens no próximo semestre. Uma vez que a Europa consome grande parte dos produtos destilados nos EUA, se as refinarias não puderem armazenar o suficiente para o inverno, o mercado poderá ter uma oferta mais apertada.
Os fundos de hedge e outros gestores de dinheiro parecem ter notado essa tendência e já revisaram algumas de suas posições de petróleo bruto para os destilados médios, tentando antecipar estoques baixos que poderiam manter preços altos no futuro. O EIA mostrou no último relatório que os destilados estão cerca de 14% abaixo da média de cinco anos para esta época do ano.
Passando para o gás natural, na semana encerrada em 16 de junho foram adicionadas nas concessionárias 95 bilhões de pés cúbicos (bcf) de gás para armazenamento, contra a previsão de pesquisa da Reuters de 91 bcf. O tempo estava ameno na semana passada, reduzindo o consumo de ar-condicionado.
O mercado inicialmente reagiu de baixa, pressionando os contratos futuros de gás natural. No entanto, os meteorologistas preveem que o tempo vai mudar – mais quente do que o normal de 24 de junho a 5 de julho –, o que forçará os geradores a queimar grande quantidade de gás para produzir energia, especialmente no Texas desde o Estado obtém a maior parte de sua energia (49%) do gás. Essa é uma novidade relativamente otimista, tendência que poderia aumentar a demanda de resfriamento no país e, assim, os preços de suporte.
Mercados físicos mostram resiliência na China
As importações de petróleo da China estão atingindo níveis mais altos este ano. Para junho, o total de chegadas do país deve ser de 47,89 milhões de toneladas. Este movimento é explicado pela alta atividade das refinarias da China durante o mês, especialmente no setor privado, que recebeu novas cotas de óleo cru. As refinarias estão aproveitando o desconto do petróleo russo, principal fornecedor do país em 2023. Contudo, as preocupações surgiram à medida que os dados sugerem que a recuperação da China permanece desequilibrada.
Na semana passada, o país fez cortes nas taxas básicas de empréstimos, os primeiros em 10 meses, para reforçar a recuperação da demanda doméstica. O agregado do financiamento, uma medida ampla de crédito, no país asiático foi de 1,6 trilhão iuanes (US$ 224 bilhões) em maio, abaixo da estimativa mediana do mercado de 1,9 bilhão trilhões de yuans. A falta de evidências de uma recuperação econômica sólida na China afeta a confiança do mercado e pressiona os preços do petróleo.
Ao contrário dos mercados futuros, os mercados físicos mostram resiliência no país. A demanda por gasolina melhorou e deve aumentar com o Feriado do Festival do Barco-Dragão, de 22 a 24 de junho, impulsionando as atividades de condução. Além disso, uma onda de calor inesperada está chegando à China. O reflexo do El Niño deve estimular mais consumo de gasolina com o aumento do uso de aparelhos de ar-condicionado. Além disso, os estoques de gasolina estão em queda de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os destilados mostram ainda sinais ainda mais otimistas para o país asiático. A partir de 21 de junho, as exportações de carregamento para o mês são estimadas em 200.000 MT, e a expectativa é que o volume mensal chegue a 500 mil toneladas, o que é menos do que a vazão real de 600.000 mt em maio. Isso está acontecendo porque, devido às maiores margens de crack em casa, as refinarias chinesas estão priorizando o mercado interno. A demanda registrou alta de 1% na comparação mensal e um aumento de 26% em relação ao mesmo período do ano passado”.
A hEDGEpoint Global Markets é uma empresa especializada em inteligência de mercado, consultoria, gestão de risco e soluções de hedge para a cadeia de valor global de commodities, com experiência nos mercados agrícolas e de energia. Está presente em cinco continentes e trabalha com mais de 60 commodities e mais de 450 produtos de hedge em sua plataforma.