Fiemg: menos normas ambientais para UHE´s
Da Redação, de Brasília (com apoio da Fiemg) —
O apagão de energia elétrica que aconteceu este mês, afetando 25 estados e o Distrito Federal, acendeu o sinal vermelho na indústria, grande consumidora no País. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) iniciou uma ofensiva para estimular o debate sobre a necessidade de garantir a segurança energética do Sistema Interligado Nacional – SIN, por meio da ampliação do parque hidrelétrico.
Para a Fiemg, o uso de usinas hidrelétricas contribui para o crescimento das demais fontes renováveis. “A geração de energia elétrica na base permite o desenvolvimento também das fontes solar, eólica e biomassa e ainda tem a previsibilidade de produção”, argumenta a gerente de Energia da entidade, Tânia Mara Santos.
Lembra a federação que, de 2006 a 2022, a participação da energia hidrelétrica na matriz energética brasileira caiu de 92% para 72%, segundo dados do Operador Nacional do Sistema – ONS e houve crescimento da participação da geração de energia eólica e solar no Brasil, que são importantes fontes limpas e renováveis, mas que, além de ainda terem participação pequena, não armazenam energia, deixando o sistema mais exposto a variações horárias.
“É preciso garantir a segurança energética do país sem que haja a necessidade de utilização de energia térmica, mais cara e poluente”, afirmou Tânia. Para ela, a energia hidrelétrica além de limpa é firme. “É válido destacar que enquanto as hidrelétricas avançaram apenas 12% em geração de energia no período, as fontes térmicas abastecidas com combustíveis fósseis, que são fontes caras e poluentes, cresceram 117%”, destacou Tânia.
Para a gerente, é preciso que o Executivo e o Legislativo atuem para simplificar a legislação ambiental. “Esse é o momento de virar a chave. O consumo de energia elétrica é crescente e precisamos de uma fonte segura, limpa, confiável e que possa ser utilizada como base para os momentos de maior demanda e auxiliar, inclusive no crescimento das demais fontes limpas como solar e eólica. Sem isso, podem vir as térmicas movidas a combustíveis fósseis, que sujam a nossa matriz energética, são mais caras, aumentando a conta de energia e afetando negativamente economia”, afirma.
A federação mineira destaca que o surgimento das fontes eólicas e solar na composição da matriz energética como fontes renováveis contribuiu para a sustentabilidade ambiental. No entanto, precisam estar acompanhadas de outras que gerem energia de forma constante, como hidrelétrica, térmica e nuclear. Nesse sentido, a entidade afirma que é preciso repensar a importância das hidrelétricas como fonte firme de energia e suporte à estabilidade ao SIN.
A hidrelétrica de Nova Ponte, segundo a federação, é um caso de sucesso que mostra como é possível construir uma usina preservando o meio ambiente. Situada no Rio Araguari (MG), começou suas operações em 1994. Desde o desenvolvimento do seu projeto até seu funcionamento, sempre foram levados em conta os cuidados necessários à preservação dos meios ambientais, físico, socioeconômico e cultural.