Governo decide acionar UTEs para AC e RO
O governo decidiu nesta quarta-feira, 04, que usinas termelétricas vão entrar em operação nas regiões atingidas pela seca no Norte do Brasil nos próximos dias. A medida, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), vai assegurar o suprimento de energia nas áreas que dependem da operação da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, que foi desligada devido à severa escassez nesta semana.
De acordo com a pasta, a proposta, apresentada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) durante reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) nesta quarta, pretende garantir a segurança no atendimento de energia elétrica no Acre e em Rondônia. A reunião do colegiado foi presidida pelo secretário-executivo do MME, Efrain Cruz.
Para garantir o suprimento nos Estados, o governo reconheceu a importância das usinas termelétricas Termonorte I e II. Segundo a pasta, o ONS e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) se comprometeram em viabilizar o início das operações das usinas e irão adotar as medidas necessárias à retomada da disponibilidade das usinas.
Diante do cenário na região Norte, o CMSE sugeriu à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (Ana) o reconhecimento de situação de escassez hídrica na Bacia do Rio Madeira.
A situação também levou o colegiado a solicitar que a Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento da pasta, com apoio da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e do ONS, coordene estudos para avaliação da resiliência do sistema elétrico nesses Estados. A intenção é verificar a capacidade de manter o atendimento de energia em futuros cenários de escassez hídrica e cheias extraordinárias na bacia do Rio Madeira, e propor medidas de aprimoramento do planejamento, inclusive a eventual contratação de expansão de geração na região.
Apesar da situação registrada no Norte, os estudos apresentados pelo Operador Nacional do Sistema concluem a permanência de condições confortável em todo o horizonte de análise, até março de 2024, com eventual despacho termométrico para atendimento à ponta da carga, ou seja, momentos quando há maior demanda por energia.
Aneel alerta para procedimentos regulatórios
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, explicou nesta quinta-feira, 05, que serão necessários ajustes regulatórios rápidos para que as térmicas que serão contratadas para garantir o atendimento no Acre e Rondônia entrem em operação. Diante da seca na região Norte, o governo decidiu na quarta-feira, 4, acionar as termelétricas Termonorte I e Termonorte II.
De acordo com o governo, caberá à agência reguladora e ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) adotarem as medidas necessárias para retomada da disponibilidade dessas usinas.
Feitosa disse que não é possível precisar o prazo para que isso seja feito, mas que deverá ser o mais rápido possível.
“Essas térmicas já estavam descontratadas, então tem que fazer o aparato regulatório rápido, nada diferente do que já fizemos em outros momentos: contratos temporários para conexão, cálculo do custo da usina, o ressarcimento pelo combustível. Ou seja, são coisas que a Aneel e o ONS, de forma muito rápida, irão processar, atendendo o comando definido pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico”, afirmou o diretor-geral da Aneel.