760 mil clientes sem luz em SP até 14h30m
A Enel SP atualizou para 760 mil o número de clientes sem o fornecimento de energia elétrica na Capital Paulista e na Região Metropolitana, até às 14h30m deste domingo. O desabastecimento acontece após o forte temporal da última sexta-feira, 11, que teve ventos superiores a 100 quilômetros por hora (km/h).
Em meio aos esforços da companhia, outros 1,3 milhão de consumidores já tiveram o serviço normalizado. A empresa informou, ainda, que deslocou técnicos do Rio de Janeiro e do Ceará para ajudar nos esforços para restabelecer o atendimento em sua área de concessão.
Segundo a empresa, na Capital Paulista, cerca de 496 mil casas estão sem energia. Os bairros mais afetados são Jabaquara, Campo Limpo, Pedreira e Jardim São Luís. Na Região Metropolitana de São Paulo, os municípios mais impactados neste momento são: Cotia, com 62 mil clientes sem energia, São Bernardo do Campo com 47 mil e Taboão da Serra com 44 mil.
A empresa não informou previsão de restabelecimento. Em nota, disse que “segue trabalhando dia e noite com reforço das equipes de campo para restabelecer o serviço para todos” e que, em alguns casos, “o trabalho para restabelecer a energia é mais complexo, pois envolve a reconstrução de trechos inteiros da rede”.
A companhia declarou ainda que está atuando com cerca de 1,6 mil técnicos em campo e que está atuando para mobilizar no total cerca de 2,5 mil profissionais. “Esse contingente está sendo ampliado com a mobilização de equipes adicionais, além da chegada de técnicos do Rio, do Ceará e de outras distribuidoras”, completou.
Prefeito desabafa
O prefeito Ricardo Nunes criticou a Enel SP por uma suposta demora para desligar a energia em determinadas regiões onde caíram árvores sobre a rede. Segundo ele, esse é o principal problema no momento. “Vamos ter que enfrentar a situação de tirar essa Enel da cidade de São Paulo”, disse ele.
As críticas foram feitas num vídeo gravado em reunião com secretários e subprefeitos realizada nesta madrugada para tratar de ações emergenciais para mitigar os danos causados pela chuva da última sexta-feira, 11. Em outro trecho ele diz que a empresa “está dando muito problema para a gente”.
Frente ampla contra a Enel em SP
A pressão pelo fim da concessão da Enel, empresa que opera o serviço elétrico na capital paulista e região metropolitana, uniu o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e até o Ministério de Minas e Energia, do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em meio ao apagão que atinge a capital paulista e chega ao seu terceiro dia neste domingo, 13, com 900 mil imóveis ainda sem luz.
Enquanto Nunes diz esperar que São Paulo “possa se livrar dessa empresa”, Tarcísio pediu o fim da concessão por caducidade, como é conhecido, no jargão administrativo, a extinção de um contrato por inexecução do acordo celebrado entre as partes. “Se o Ministério de Minas e Energia e, sobretudo, a Aneel, tiverem respeito com o cidadão paulista, o processo de caducidade será aberto imediatamente”, diz o posicionamento publicado pelo governador em seus perfis oficiais.
A pasta de Minas e Energia, chefiada por Alexandre Silveira, por sua vez, oficiou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pedindo mais rigor de fiscalização sobre a Enel. O órgão informou ainda que, na sua avaliação, a concessionária não apresenta “qualquer indicativo” que embase a renovação do contrato.