GN argentino virá para o Brasil via Bolívia
A estatal boliviana YPFB assinou com a TotalEnergies e a Matrix Energy acordo que dá início ao fluxo de gás natural produzido em Vaca Muerta, na Argentina, para o Brasil, utilizando a infraestrutura boliviana, informou o Ministério de Minas e Energia nesta quarta-feira, 27. Segundo o ministro da pasta, Alexandre Silveira, o acordo mostra o avanço na cooperação energética entre Brasil, Argentina e Bolívia.
Segundo o MME, a iniciativa é resultado direto dos Memorandos de Entendimento bilaterais firmados com Argentina e Bolívia recentemente, que estabeleceram as bases para a viabilização de uma nova rota energética, como a publicação pela Bolívia do Decreto Supremo nº5.206/2024, que formalizou a criação de serviço de trânsito para transportar gás da Argentina para o Brasil.
“Esse marco demonstra o compromisso do governo brasileiro em diversificar as fontes de energia e fortalecer a segurança energética do País. A integração com os nossos vizinhos sul-americanos é estratégica para atender às demandas da população e do setor produtivo, promovendo desenvolvimento econômico sustentável e geração de emprego e renda”, destacou Silveira, ressaltando que o gás natural de Vaca Muerta irá contribuir para ampliar a competitividade da indústria brasileira, com menor custo e maior previsibilidade.
De acordo com o MME, o avanço também simboliza o fortalecimento das relações comerciais entre os países da América do Sul, e vem ao encontro do trabalho feito pela ampliação da oferta de gás natural no Brasil, tendo como pilares a diversificação de fornecedores e o aumento da competitividade do setor.
“O programa Gás Para Empregar, criado pelo MME, tem impulsionado industrialização, geração de empregos e redução de custos do gás, com objetivo de ampliar a oferta e trazer desenvolvimento econômico ao Brasil, gerando emprego e renda para a sociedade brasileira e fortalecendo a integração energética e desenvolvimento dos países envolvidos”, afirmou o órgão em nota
Vaca Muerta é considerada uma das maiores reservas do mundo de gás de xisto, localizada em Neuquén, Patagônia, e utiliza o fracking para extrair gás dos poços. Na avaliação de Silveira, o acordo permitirá à indústria nacional acessar a molécula a preços mais baratos.
Hoje, segundo o ministro, o gás brasileiro custa em torno de US$ 14,00 a US$ 15,00 por metro cúbico (m3), enquanto o da Argentina será importado por aproximadamente US$ 7,00 a US$ 8,00 por m3.