Inmet prevê dezembro com temperaturas altas
O mês de dezembro terá temperaturas acima da média em grande parte do País, segundo a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Há possibilidade de ocorrência de alguns dias de intenso calor, principalmente na região Norte.
Algumas áreas pontuais, porém, têm previsão de temperaturas próximas ou ligeiramente abaixo da média, devido à chuva durante dias consecutivos, que podem amenizar a temperatura. É o caso do Amazonas, Amapá, sudoeste do Paraná, leste de Santa Catarina e sul do Rio Grande do Sul.
Chuva e impactos nas culturas agrícolas
Já a previsão de chuvas para o próximo mês apresenta maior variação entre as regiões brasileiras. Em grande parte da Região Norte, no nordeste de Mato Grosso, em São Paulo, no sul de Minas Gerais e no oeste do Piauí deve chover próximo ou acima da média No Sul do País, entretanto, a precipitação ficará abaixo do registrado nos últimos anos, com exceção de áreas localizadas no leste de Santa Catarina e norte do Paraná.
“A previsão de chuvas mais regulares e bem distribuídas continuarão a ocorrer nas áreas em produção da região Norte, favorecendo a semeadura e o desenvolvimento das lavouras. Já no Matopiba (região que abrange os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a previsão aponta para menores volumes de chuva, porém serão suficientes para a manutenção da umidade do solo na maioria das localidades”, explica o Inmet.
Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, a previsão é a de que dezembro apresente um aumento na umidade do solo, graças a um padrão de precipitação mais constante, o que beneficia o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra. Mas regiões como o sudoeste de Mato Grosso, o sul de Mato Grosso do Sul, o oeste de São Paulo e o norte de Minas Gerais podem enfrentar problemas por conta da distribuição irregular das chuvas.
No Sul, espera-se que as precipitações se mantenham próximas aos valores médios históricos, mantendo os níveis de umidade do solo em patamares elevados. Isso favorecerá tanto a semeadura quanto o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra. Contudo, áreas específicas como o sul do Rio Grande do Sul e o noroeste do Paraná poderão experimentar volumes de chuva inferiores ao usual, o que pode resultar em uma diminuição da umidade do solo.
Governo moderniza Inmet
O Ministério da Agricultura formalizou na quinta-feira, 28, a reestruturação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que vai virar uma secretaria da pasta. A proposta será levada ao Ministério da Gestão e Inovação e regulamentada por decreto presidencial, explicou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em coletiva de imprensa após evento de comemoração de 115 anos do instituto.
A reestruturação do instituto vai incluir investimento na modernização e em novas estações meteorológicas, estimado inicialmente em R$ 160 milhões e podendo chegar a R$ 200 milhões
Atualmente, o Inmet é uma autarquia vinculada ao Ministério da Agricultura como departamento atrelado à Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI).
O ministério apresentou na quinta o planejamento estratégico para o instituto no período de 2025 a 2031. “Havia um déficit histórico de tecnologia e infraestrutura no Inmet. O presidente Lula determinou a modernização do Inmet. O Inmet vai se tornar o melhor instituto meteorológico da América Latina”, afirmou Fávaro a jornalistas.
O novo planejamento do instituto tem como objetivo a ampliação da utilização de dados meteorológicos na agropecuária e no suporte à tomada de decisão no campo, a reformulação da comunicação dos produtos e serviços prestados pelo Inmet e o fortalecimento da pesquisa aplicada e a inovação dos processos e serviços.
O plano foi elaborado com apoio técnico da Agência de Internacionalização e de Inovação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Aginova/UFMS).
Fávaro detalhou que a compra de estações meteorológicas para o Inmet está em andamento, além da modernização das atuais, sendo que algumas já têm 10 anos.
“As atuais receberão upgrade de tecnologia e as estações analógicas sairão de funcionamento, cerca de 170 hoje. Chegaremos a 1 mil estações todas com o mesmo padrão de tecnologia. Queremos ampliar o Inmet e potencializar a coleta de dados e informações por meio das 27 Superintendências Federais de Agricultura (SFAs)”, disse o ministro.
Atualmente, o Inmet tem 10 unidades, sendo seis distritos e quatro polos meteorológicos e passará a contar com 27 unidades de apoio meteorológico nas SFAs, com deslocamento de servidores para as superintendências. As portarias foram assinadas pelo ministro também na quinta-feira.
Em uma próxima etapa, a modernização do instituto vai passar também pelo investimento na cobertura por radares meteorológicos e até mesmo de supercomputadores para armazenamento de dados. “O presidente Lula determinou a modernização do Inmet e logo levou à Casa Civil. Tenho certeza que o Inmet será o melhor instituto da América Latina”, afirmou Fávaro.
De acordo com o ministro, a transformação do Inmet em uma secretaria não vai implicar grandes mudanças na estrutura da pasta, mas necessária, para mostrar a relevância do Inmet por causa da importância que tem diante das mudanças climáticas. “Hoje podemos divergir de quais estratégias tomar para enfrentamento das mudanças climáticas, mas ninguém acredita mais que as mudanças climáticas não existem. O primeiro passo da política pública para o enfrentamento de mudanças climáticas é ter previsão climática, rápida e precisa”, observou Fávaro.
O ministro citou, ainda, que o aprimoramento das ferramentas de previsões meteorológicas pode ser aproveitado também no modelo de seguro rural, a partir das estimativas de tendência de intempéries climáticas.