Governo não abre mão da Margem Equatorial
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, voltou à carga sobre o pedido de licenciamento ambiental da Petrobras para procurar petróleo e gás no litoral do Amapá, na chamada Margem Equatorial. “Sendo possível a licença, teremos no Amapá a melhor resposta à emergência do mundo”, disse Magda, em discurso com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e ministros no palco de evento em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
A Petrobras lança nesta segunda-feira um novo edital de encomendas navais da Transpetro e assina protocolos de intenção para o reaproveitamento de plataformas.
“A reposição de reservas é urgente e isso só vai ser possível se começarmos a explorar novas fronteiras agora. Por isso é importante destacar a importância da Margem Equatorial e da pesquisa do seu real potencial. Se tivermos a licença, faremos tudo de forma extremamente segura, presidente Lula. O senhor pode ficar tranquilo”, continuou Magda.
Ela reiterou o “compromisso da Petrobras com o Brasil e a segurança de suas operações”.
Segundo Magda, a estatal conta com centros de defesas ambientais em 14 Estados do País, além de parcerias, inclusive com a Nasa, para monitoramento das áreas afetadas. Ela citou equipamento capaz de selar poços em caso de derrame e que só existem em número de quatro no mundo, sendo um deles no Brasil, com a Petrobras.
O discurso de Magda vem dias após Lula defender a perfuração no litoral do Amapá a uma rádio local e definir como “lenga-lenga” a demora do Ibama em emitir a licença.
Silveira também faz parte do coro
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a pedir publicamente pela emissão da licença ambiental que vai permitir à Petrobras perfurar e procurar petróleo na chamada Margem Equatorial, no litoral nordeste e norte do País. “A Petrobras já entregou os estudos complementares ao Ibama e chegou a hora de essa chave virar”, disse Silveira em evento organizado pela Petrobras em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
E continuou: “Queremos pesquisar a Margem Equatorial de maneira ambientalmente sustentável. Temos que aproveitar mais essa fonte de riqueza nacional e gerar empregos em todo o País. Os resultados positivos de nossas reservas vão acelerar a transição energética no Brasil.”
Em seguida, ele afirmou que perfurar a Margem Equatorial é uma questão de “soberania nacional”.
Vizinhos
Silveira também disse que a produção de óleo e gás em águas contíguas à Margem Equatorial brasileira está “mudando a realidade de países vizinhos”.
“O PIB da Guiana cresceu 50% no ano passado. O Brasil merece viver essa transformação. É uma arrecadação de mais de R$ 1 trilhão que precisa ser destinada à saúde e educação. Não podemos aceitar mais de R$ 350 bilhões em investimentos parados”, reclamou o ministro.
Antes dele, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, já havia feito pressão pela licença do Ibama em discurso no mesmo evento.
Nas últimas semanas, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do governo também têm sido mais vocais nesse sentido.
Indústria Naval
Silveira também saudou os esforços do governo federal e da Petrobras em retomar a indústria naval.
“Essa indústria foi desmantelada pelo governo anterior. A Petrobras não renovava frota marítima há 10 anos”, disse Silveira ao elogiar as encomendas de momento da Petrobras e o lançamento de novo edital para incrementar a frota da subsidiária de transporte da Petrobras, a Transpetro. “Temos que defender as políticas públicas que voltaram para o Brasil”, disse, sobre o movimento da estatal que, segundo ele, dá tranquilidade por ter atualmente uma “diretoria harmoniosa”.
Silveira foi o pivô da última troca de comando na estatal, após conflitos sucessivos com o antecessor de Magda, Jean Paul Prates.
