Pesquisa mostra desinteresse no óleo do Norte
Pesquisa CNT divulgada nesta terça-feira, 25, mostra que 49,7% dos brasileiros são contrários à exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, enquanto 20,8% são favoráveis, e 16,5%, indiferentes. Segundo a pesquisa, 13% não souberam ou não responderam.
O levantamento indicou ainda que, entre os contrários à exploração, 43% creem que a região é de grande importância ambiental e deve ser preservada a todo custo. Para outros 25,6%, há riscos altos de desastres ambientais, como vazamentos de óleo; 13,5% dizem que o Brasil pode explorar petróleo em áreas menos sensíveis ambientalmente; 11,1% afirmam que a exploração não vai baixar o preço dos combustíveis; e 2,3% opinam que o número de empregos gerados pode ser insuficiente para justificar os impactos.
Entre os favoráveis à exploração, 37,2% dizem que a operação pode gerar empregos e movimentar as economias local e nacional. Outros 20,4% dizem que o petróleo é um recurso energético estratégico para o desenvolvimento do País; 18% creem que o Brasil tem tecnologia para explorar com segurança e responsabilidade ambiental; 17,5% veem que a exploração pode contribuir para reduzir o preço dos combustíveis; e 5,5% dizem que outros países já exploram petróleo em áreas próximas.
Ministro defende exploração na Margem Equatorial
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforçou nesta terça-feira, 25, sua defesa da exploração de petróleo na Margem Equatorial. Para ele, o Brasil não pode deixar de produzir combustíveis fósseis.
“Petróleo não é questão de oferta, mas de demanda. Enquanto o mundo demandar petróleo, teremos que ter oferta”, disse Silveira
O ministro repetiu seu argumento de que os recursos do petróleo precisam financiar a transição energética.
A defesa é a de que o Brasil não pode “pagar mais caro” nesse processo.
Ele declarou ainda que o Ministério de Minas e Energia (MME) vai apresentar ao Congresso reforma do setor elétrico brasileiro, que estava sendo aguardada para 2024.
O ministro também citou a possibilidade de fazer um “leilão de transição energética” para contratação de térmicas a biocombustível, a etanol.
O leilão de reserva de capacidade já incluiu biocombustíveis.
Parque térmico
Silveira disse ainda que o Brasil precisa dobrar o seu parque térmico até 2034, ao falar da necessidade de fontes com segurança operativa.
Para o leilão de reserva de capacidade previsto para junho, o governo vetou térmicas que utilizam como combustível carvão mineral, óleo diesel ou óleo combustível.
Haverá a contratação de empreendimentos de geração termoelétrica a gás natural e a biocombustíveis. “É a térmica que segura nosso sistema nos momentos de pico (de demanda)”, disse Silveira, na CEO Conference 2025, organizada pelo BTG Pactual.
O ministro afirmou que a perspectiva para leilão de reserva de capacidade é boa, com “muita participação”. “Já temos cadastrados 327 projetos, claro, é um cadastramento. Termina-se nos leilões com 40% a 50% disso, porque tem que ter garantia do gás e uma série de exigências. São mais de 70 GW”, disse Silveira.
Segundo ele, possíveis rotas com a Argentina para escoamento de gás natural estão sendo estudadas.
Ele declarou que já houve assinatura de acordo com o governo do país vizinho para a importação, pelo Brasil, de gás produzido por meio fraturamento hidráulico (fracking).
Uma das vias em estudo é um duto que liga a Argentina até a termelétrica de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. O problema é a limitação na infraestrutura. Seria necessário um gasoduto de aproximadamente 594 quilômetros para poder ligar essa oferta da Argentina.
