Wilson Ferreira Jr preside o CA da Abraceel
Maurício Corrêa, de Brasília —
Wilson Ferreira Junior, que já foi quase tudo no setor elétrico brasileiro, deu a volta por cima e reaparece em alto estilo, com a sua falsa modéstia e a sua exuberância intelectual, que às vezes incomodam algumas pessoas. Nesta terça-feira, ele foi eleito, por voto direto, como novo presidente do Conselho de Administração da Abraceel, a associação dos comercializadores de energia.
Durante muitos anos, Ferreira Junior presidiu o Grupo CPFL. Nessa condição, presidiu a associação dos distribuidores, a Abradee. Foi o principal executivo de duas gigantes da área de energia, a Eletrobras e a Vibra. Ultimamente, andava meio quieto, recém-iniciando as atividades como executivo da Matrix Energia.
Embora a maior parte das pessoas veja nele um representante por excelência do antigo setor elétrico, o que de fato ele é, tendo iniciado a carreira de engenheiro eletricista na Cesp estatal, Ferreira Junior também pode ser visto como uma espécie de ser híbrido, pois também tem ligações fortes com o novo setor elétrico, razão pela qual virou presidente do CA da Abraceel.
A associação tem uma característica peculiar, pois os associados votam diretamente nos conselheiros. Além de Wilson Ferreira Junior, foram eleitos Alessandro de Brito Cunha (BC Energia), Daniela Alcaro (Stima), Eduardo Diniz (Auren), Leandro Issao (Reenergisa), Luiz Fernando Vianna (Delta), Paulo Tarso (Galp) e Pedro Kurbhi (Comerc).
Paulista, 65 anos de idade, formado em Engenharia Elétrica e Administração de Empresas, Ferreira Junior é um executivo que, por onde passa, deixa marcas da sua personalidade. Alguns o consideram um trator, que trabalha muito e apresenta resultados; outros o vêem como arrogante.
Para este editor, qualquer que seja o ângulo para o qual se tenta enquadrar Wilson Ferreira Junior, não se pode negar que é um executivo de primeira linha, como poucos na área de energia do Brasil.
Por isso, entre os associados da Abraceel há muita esperança que ele, enfim, possa recuperar o prestígio que a associação já teve, mas que, por acomodar no CA, durante muitos anos, alguns dirigentes de pouca expressão na política empresarial, desceu alguns degraus na escala das associações empresariais do setor elétrico.
Wilson Ferreira Junior, que já teve o seu nome citado até para ser ministro de Minas e Energia do Brasil, tem plenas condições de dar conta do recado e corresponder às expectativas que nele foram depositadas pelos comercializadores.