CMO cai. ONS vê cenário de estabilidade
Da Redação, de Brasília (com informações do ONS) —
O CMO, divulgado semanalmente pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), subiu novamente no modo gangorra e, em uma semana, caiu de R$ 397,17 para R$ 380,00, dando margem a novos questionamentos por parte dos agentes econômicos, pois vinha numa sequência de escaladas. Segundo o ONS, através do boletim do Programa Mensal da Operação (PMO) para a última semana operativa de março, que compreende os dias 22 a 28, há um cenário de estabilidade nos indicadores monitorados pelo Operador ante as revisões anteriores.
As perspectivas de Energia Armazenada ao final do mês seguem indicando a possibilidade de três subsistemas estarem acima de 60% e com percentuais similares aos divulgados previamente: Norte, 96%; Nordeste, 77,5%; e Sudeste/Centro-Oeste, 67,6%. A exceção nesse padrão é o Sul, com 36,8%.
A estimativa de afluência em março está abaixo da Média de Longo Termo (MLT) em três regiões: Sudeste/Centro-Oeste, com 58% da MLT; Sul, com 47% da MLT; e Nordeste, com 25% da MLT. O Norte tem previsão diferente, podendo chegar a 101% da MLT no fechamento do mês.
“As projeções apontam para um final antecipado do período tipicamente úmido. Essa condição estava mapeada pelo Operador e estamos com o armazenamento em níveis adequados para esta época, devendo encerrar o mês de março em volumes superiores àqueles do mesmo período do ano passado em três regiões”, afirma o diretor-geral do ONS, Marcio Rea.
O cenário prospectivo para a demanda de carga é de expansão no Sistema Interligado Nacional (SIN) e em todos os subsistemas, padrão verificado em todas as revisões de março. Para o SIN, o crescimento deve ser 3,8% (86.637 MWmed). A região Sul continua sendo aquela com a maior estimativa de aceleração, 5,9% (15.551 MWmed); seguida pelo Norte, com 5,5% (7.808 MWmed). O Sudeste/Centro-Oeste e o Nordeste podem apresentar avanço de 3,5% (49.476 MWmed) e de 1,4% (13.802 MWmed), respectivamente. Os percentuais comparam as projeções de março de 2025 com os resultados verificados no mesmo período de 2024.
Essa receita formada por carga em expansão, CMO em alta e chuva de menos não é boa para a maior parte dos agentes econômicos. Existem aqueles, obviamente, que fazem as suas apostas nos preços elevados e, quando têm sorte, ganham dinheiro com isso. Mas não é sempre que isso acontece. A maior parte dos agentes, quando chega esta época do ano, entende que é melhor ter um pouco mais de moderação, ao apostar nos preços do mercado, para não levar um tombo violento lá na frente.
O Custo Marginal de Operação (CMO) mantém o padrão verificado nas semanas anteriores, zero no Nordeste e Norte e R$ 380,00 no Sudeste/Centro-Oeste e no Sul. “Os valores do CMO já antecipam, entre outros pontos, a possibilidade de redução nos percentuais de afluência nas próximas semanas”, assinala o Operador.