Inadimplência no MCP supera 60%
A confusão em que se meteu o setor elétrico brasileiro, motivada por decisões tomadas de qualquer jeito e sem pensar nas consequências, está afetando profundamente o mercado de curto prazo, conforme admitem os números divulgados nesta sexta-feira, 12 de fevereiro, pela própria Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que contabiliza as operações e efetua as liquidações dos contratos.
Em novembro passado, a liquidação financeira das operações no MCP, a qual também contemplou os resultados da contabilização de outubro de 2015, somou R$ 2.471.789.513,03 dos R$ 6.333.141.596,84 contabilizados, o que representou uma adimplência de apenas 39,03%, ou seja, lida por outro ângulo, do valor não pago, 58,66% (R$ 3.715.308.707,07) correspondem a montantes relacionados a decisões judiciais.
É verdade que, quando se desconta os valores correspondentes às decisões judiciais que a CCEE é obrigada a cumprir, a inadimplência diminui radicalmente e fica em apenas 2,31% (R$ 146.043.376,74).
Segundo um comunicado divulgado pela CCEE, os montantes destinados aos credores consideram o cumprimento das decisões judiciais que alteraram a aplicação da regra de rateio da inadimplência, prevista na Resolução Aneel nº 552/2002 e na Convenção de Comercialização, o que resultou em percentuais de rateio da inadimplência variados entre os agentes. A liquidação feita pela CCEE, envolveu 2829 agentes, sendo 1288 credores e 1.541 devedores.
A liquidação financeira do mercado de curto prazo representa o acerto de eventuais diferenças entre a energia medida e a contratada pelos agentes que operam no âmbito da CCEE. Os débitos e créditos, apurados pelo processo de contabilização das operações do mercado pela Câmara de Comercialização, são valorados ao Preço de Liquidação das Diferenças – PLD, calculado semanalmente.