Pé no freio na atuação internacional da Eletrobras
Depois que se revelou que o TCU vê com restrições um projeto desenvolvido pela Eletrobras, na Nicarágua, em uma hidrelétrica com capacidade instalada de 253 MW, acendeu uma luz amarela para os mais entusiasmados com uma eventual presença da holding estatal no cenário internacional. Até porque os projetos da Eletrobras poderiam levar junto a dobradinha BNDES/grandes empreiteiras.
O banco, pois há enorme rejeição em grande parte da sociedade brasileira quanto ao financiamento de projetos em outros países, a partir do momento em que se descobriu a quantidade de dinheiro que a instituição disponibilizou para que o governo cubano modernizasse o porto de Mariel. Quanto às grandes empreiteiras, não é preciso detalhar, pois há dois anos elas constituem as manchetes do noticiário brasileiro.
Assim, provavelmente estão entrando em compasso de espera outros projetos que vinham merecendo a atenção da Eletrobras nos últimos tempos: no Peru, uma usina solar de 20 MW e um parque eólico de 70 MW; na Bolívia, uma hidrelétrica de 700 MW e uma térmica de 480 MW; no Uruguai, eólicas com capacidade instalada de 189 MW; em Moçambique, uma hídrelétrica de grande porte, de 1,5 mil MW; no Congo, uma hidro maior ainda, de 4,8 mil MW. E, na vizinha Guiana, uma hidro de 1,5 mil MW de capacidade instalada e uma linha de transmissão com 1,8 mil km de extensão.