Câmara discute projeto de Serra para pré-sal
O novo e o velho Brasil participaram, nesta terça-feira, 31 de maio, de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, quando uma comissão especial deu continuidade às discussões sobre o projeto do senador (licenciado para ocupar cargo de ministro) José Serra (PSDB-SP) a respeito da exploração de petróleo na camada do pré-sal.
O velho Brasil foi representado por dois debatedores, os professores Luiz Pinguelli Rosa, da Coppe (pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Ígor Fuser (da Universidade Federal do ABC, em São Paulo), que defendem a existência de empresas estatais ineficientes e abertas ao diálogo com partidos políticos interessados em morder partes substanciais da sua receita.
O velho Brasil também estava representado por alguns funcionários da petroleira, que vestidos a caráter (ou seja, com a jaqueta alaranjada da empresa) aplaudiram intensamente as manifestações em favor do modelo de partilha instituído durante o Governo do PT.
Em compensação, o novo Brasil foi representado pelo professor Ivan Camargo, reitor da Universidade de Brasília, que mostrou um diagnóstico da economia atual do Brasil, onde é fundamental buscar eficiência, transparência, meritocracia e sustentabilidade, entre outros atributos, coisas que a Petrobras não está em condições de oferecer.
O projeto do senador José Serra é simples e apenas libera a Petrobras de ser a única operadora do pré-sal, devido à mudança de cenário. O modelo atual foi concebido quando o barril de petróleo no mercado internacional estava batendo na faixa de US$ 120,00/US$ 130,00 e os sábios do PT, de olho gordo, vislumbraram a megalomania de transformar o Brasil em um país exportador de petróleo e tão rico quanto a Noruega, embora o mundo petroleiro esteja em baixa. Como se não fossem suficientes os problemas identificados na Operação Lava Jato, a Petrobras, hoje, está fortemente endividada, o que compromete o seu objetivo como empresa de petróleo, o que torna o projeto de Serra lógico e urgente.