Eleição para conselho da Abraceel
Ainda nem está definida a data — precisará ser realizada até o dia 04 de março de 2017, quando terminam os mandatos dos atuais conselheiros — e já começou a campanha visando à eleição para as oito cadeiras do Conselho de Administração da Abraceel. Essa eleição promete.
Nos bastidores de um recente evento organizado pelo mercado livre, em Salvador, não se falou de outra coisa. O atual presidente do Conselho, Oderval Duarte, tem enfrentado algumas dificuldades na sua gestão. Até hoje, o ambiente da associação está contaminado por uma desastrada iniciativa tomada em relação à empresa associada Cemig, que foi surpreendentemente acusada pela própria Abraceel, que entrou com um recurso na Aneel, de ter praticado “insider information”.
Isso ocorreu no meio deste ano e gerou forte descontentamento no âmbito do Conselho, pois, sob ameaça de um processo pela Cemig, a associação foi obrigada a se retratar da acusação, de forma humilhante. Houve um racha dentro do Conselho, que ainda perdura. A questão da Cemig estava mais ou menos sob controle, mas com a proximidade das eleições voltou a ser comentada como prova que a associação precisa corrigir o rumo e ter um pouco mais de equilíbrio.
Alguns associados também não escondem a frustração com a falta de apetite para o posto de conselheiro demonstrado por alguns comercializadores, que se elegeram em 2015 no bojo de uma iniciativa de renovação por parte dos associados, mas que não corresponderam às expectativas dos eleitores. Também se comenta que há nomes que se eternizam no Conselho e que estaria chegando o momento de efetivar uma mudança, abrindo caminho para novos valores.
Como se essa confusão não fosse suficiente, o racha dentro do Conselho foi aprofundado por uma questão empresarial envolvendo dois conselheiros: um abriu uma nova comercializadora e tirou os empregados de outra. Divergências existem em todas as associações e na Abraceel não tem sido diferente ao longo da sua história. A diferença é que agora o nível da fofoca, nos bastidores, está mais intenso do que em outros momentos e tudo vai desaguar na eleição. Apesar das férias, janeiro e fevereiro — meses que antecedem as eleições — serão difíceis para quem participa do ambiente Abraceel.
Curiosamente, as dificuldades da Abraceel não decorrem de graves problemas do mercado. Como está ocorrendo uma forte migração do mercado cativo para o livre, as comercializadoras em geral estão terminando o exercício com bons resultados operacionais. A questão é eminentemente de política interna. A associação não está pacificada e caberá ao sui generis processo de escolha dos conselheiros da Abraceel (por eleição direta) indicar os nomes que conduzirão a associação no período 2017-2019. Nesse contexto, comenta-se que haveria uma tendência de renovação no âmbito do Conselho de Administração.