Protocolo Ambiental de SP faz 10 anos
Da Redação, de Brasília (Com apoio da Única) —
O Protocolo Agroambiental, iniciativa do Projeto Etanol Verde das Secretarias da Agricultura e do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, completa 10 anos. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), como uma das signatárias, se orgulha pelo empenho da indústria sucroenergética no cumprimento de ações de responsabilidade ambiental e pelos resultados obtidos com a eliminação da queima da palha da cana-de-açúcar. O tema será comemorado pelo Secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Ricardo Salles, pelo Secretário da Agricultura e do Abastecimento, Arnaldo Jardim, pelo Governador Geraldo Alckmin e pelo diretor Técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, durante a Agrishow, uma das maiores feiras de tecnologia agrícola, a ser realizada entre os dias 01 e 05 de maio, em Ribeirão Preto (SP).
O Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético representa um modelo de parceria e diálogo desenvolvido entre o setor produtivo e o Estado, no qual, voluntariamente, as usinas e fornecedores se comprometeram com a antecipação dos prazos legais para o fim da despalha da cana por meio do uso de fogo; a recuperação de matas em nascentes e a proteção das áreas de preservação de outros cursos d’água; e adoção de uma série de práticas de manejo para garantia da sustentabilidade em sua cadeia produtiva. No âmbito do Protocolo, até o final deste ano, os signatários terão eliminado por completo o uso da queima como método agrícola para despalha da cana-de-açúcar.
No período da última safra (2015/2016), 133 unidades agroindustriais, 24 associações de fornecedores e mais de cinco mil fornecedores de cana receberam o Certificado Etanol Verde em decorrência do cumprimento dessas ações. As signatárias são responsáveis por aproximadamente 92% da produção paulista e 44% da produção nacional de etanol. Isso significa que 26,3% da área agricultável do Estado estão compromissados com boas práticas agroambientais. Vale ressaltar que desde o início da vigência do Protocolo, deixou-se de emitir mais de 8,65 milhões de toneladas de CO2 e mais de 52 milhões de toneladas de poluentes atmosféricos, números equivalentes à emissão diária de 151 mil ônibus durante um ano.
“Para nós, foi fundamental a integração das secretarias do meio ambiente e da agricultura para concretizar esse projeto e gerar um enorme benefício à sociedade. Demos um grande passo rumo à modernização de processos agrícolas. A tecnologia no campo nos permitiu ser pioneiros na mecanização da produção no Brasil e, como consequência, garantir maior qualificação da mão-de-obra. A parceria entre a indústria, entidades de classe e governo estadual é muito importante para o avanço do setor no principal polo produtor de cana”, ressalta Antonio de Padua.
O segmento sucroenergético também atuou na proteção e recuperação de 259 mil hectares de áreas ciliares e de cerca de 8,4 mil nascentes. Houve também a diminuição do consumo de água nas usinas, passando de 5,0 m3/t de cana em 1990 para 1,02 m3/t em 2016, ação refletida com o avanço da colheita crua e limpeza da cana a seco, aprimoramento dos processos industriais, sobretudo com o reuso de água.
Para Ricardo Salles, os benefícios ambientais, sociais e econômicos gerados pelo Protocolo Agroambiental vão ao encontro de uma das missões da Secretaria de Meio Ambiente, que cria programas e projetos para aproximar cada vez mais a tecnologia do campo. “Modernização e desburocratização de processos abrem as portas do campo para maior produtividade, qualidade, abertura de mercados e, o mais importante, preservação ambiental”, completa o Secretário.
O Protocolo Ambiental foi assinado em 2007 pelo Governador de São Paulo, pelos Secretários de Estado do Meio Ambiente e de Agricultura e Abastecimento e pelos presidentes da Unica e da Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul (Orplana).