Fluminense busca eficiência energética
Maurício Corrêa, do Rio de Janeiro —
Todas as atividades desportivas realizadas pelo Fluminense Football Club geram emissões de carbono calculadas em 3,8 mil toneladas. Agora o clube desenvolve um projeto com o qual pretende se identificar com perfis modernos e quer ser o primeiro das Américas a alcançar o alto padrão de emissão zero. “É importante estar ligado nesse tipo de iniciativa”, disse o presidente Pedro Abad para um grupo de jornalistas no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Fundão.
O projeto do Fluminense é ambicioso. Para atingir a meta, o clube listou 17 medidas para buscar a eficiência energética nas instalações de Laranjeiras e mais 14 medidas com o mesmo objetivo no centro de treinamento de Xerém, situado no município de Duque de Caxias, a 70 km de distância do antigo estádio das Laranjeiras. Abad explicou que o Fluminense, a partir do momento em que se identifica como uma organização desportiva que se preocupa com a energia limpa e a proteção do meio ambiente, poderá melhorar o seu cacife na hora de firmar eventuais contratos de patrocínio.
No dia 21 de julho, o Fluminense completará 115 anos, sendo um dos mais antigos clubes de futebol do Brasil (o Flamengo, um outro time de massas do Rio de Janeiro, embora tenha tido uma seção de remo criada em 1895, a parte do futebol só começou a funcionar em 1912. Da mesma forma, a seção de remo do Vasco foi fundada em 1898, mas o time de futebol só existiu em 1915). Atualmente, o Flu é o único clube do país que conta com uma diretoria de Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Luiz Carlos Rodrigues, diretor de Desenvolvimento Sustentável do Fluminense, esclareceu que o clube “está trabalhando firme” na parceria com a agência alemã para cooperação e desenvolvimento, a GIZ, em um projeto de eficiência energética que permitirá a troca de todas as lâmpadas para led. Além disso, o Flu pretende colocar ônibus elétricos para levar os garotos que treinam diariamente em Xerém.
As ações sustentáveis organizadas pelo Fluminense incluem plantio de 25 mil árvores, sendo que só no centro de treinamento de Xerém já foram plantadas mais de 3,6 mil mudas nativas da Mata Atlântida. Além disso, o clube trabalha com o objetivo de transformar em adubo 100% do resíduo orgânico produzido na área de treinamento. O projeto de sustentabilidade do Fluminense ainda conta com o reaproveitamento da água das chuvas, com uso na lavanderia e irrigação.
Todos os dias, entre 380 e 400 garotos são levados para Xerém. São duas viagens de ida e volta. Rodrigues informou que o projeto engloba um trabalho pedagógico com os jovens que aspiram a se transformar em estrelas do futebol. “Todos têm que estudar e entender o que clube está fazendo em relação ao meio ambiente e à eficiência energética. Além disso, cada um precisa conhecer a importância desses projetos para as suas próprias vidas”, complementou.