SEB: a velha história dos custos elevados
O seminário organizado pela Abraceel, nesta quarta-feira, 21 de junho, para discutir uma saída para o comercializador varejista, trouxe especialistas da Colômbia e Portugal, os quais mostraram que os dois países conseguiram montar estruturas mais enxutas e mais baratas do que as existentes no perdulário modelo do setor elétrico brasileiro.
Em Portugal, por exemplo, a Erse (Entidade Reguladora de Serviços Energéticos) é uma agência reguladora que reúne as atribuições que, no Brasil, pertencem à Aneel e à ANP. Ou seja, a regulação de questões de energia elétrica e gás natural está na na mesma agência, o que é natural devido à enorme sinergia entre as duas áreas.
Enquanto isso, na Colômbia existe uma entidade chamada XM, que reúne os papéis do ONS e da CCEE, ou seja, faz todo o trabalho de liquidação de contratos e operação do sistema elétrico. No Brasil é impossível imaginar uma situação parecida, o que torna o sistema como um todo extremamente caro.
No evento, um conhecido especialista de comercializadora lembrou que esse desperdício não atinge apenas as áreas institucionais e que o próprio sistema de representação das empresas do sistema elétrico precisa passar por uma lipoaspiração. Afinal, hoje já são mais de 20 associações empresariais representando os diversos segmentos do SEB.
“Muitas empresas inclusive pagam mensalidades a várias associações, sendo que uma, em muitos casos, trabalha contra os interesses da outra. É uma situação kafkiana, completamente destituída de lógica. Em algum momento, precisaremos rever esse modelo, pois falamos tanto na redução dos custos do Estado e não estamos olhando para os nossos próprios custos, que são desnecessariamente elevados”.