Fórum do Biogás discute inserção na matriz
Da Redação, de Brasília (Com apoio da Abiogás) —
No recente IV Fórum do Biogás, realizado em São Paulo, mais de 300 participantes debateram a inserção definitiva do biogás na matriz energética. O ponto em comum entre todos foi que o biogás, como fonte de energia limpa e renovável, chegou a um nível de maturidade como nunca e por isso já é considerado na expansão do sistema e dentro do horizonte do governo.
A evidência disso é a entrada do biogás no Plano Decenal de Expansão 2026 (PDE), que indica como deverá se comportar a expansão da matriz energética no Brasil nos próximos dez anos.
Na análise do Diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE, Amilcar Guerreiro, a expansão das fontes renováveis é uma das prioridades do PDE. Com menos expansão hidrelétrica, Guerreiro afirma que será preciso investir em tecnologias de armazenagem de energia para assegurar potência complementar e a flexibilidade de produção. “O biogás atende perfeitamente a essa demanda e tem a chance de firmar de vez na matriz”.
Para o Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Eduardo Azevedo, o biogás é uma das fontes que vai garantir a segurança energética do Brasil nos próximos anos pelas suas características e externalidades positivas com ganhos ambientais e econômicos.
Hoje o biogás conta com apenas 127 megawatts (MW), segundo os dados mais recentes da Aneel, mas poderia ter aproximadamente 300 megawatt (MW) somente em geração distribuída. O representante da Aneel, Helvio Guerra, destacou que o Brasil tem um enorme potencial de produção de biogás que poderia dar mais segurança energética.
“Temos um dos maiores rebanhos bovino do mundo e somos grandes geradores de lixo, ou seja, o Brasil tem uma enorme capacidade de geração de biogás, mas precisamos de planejamento energético que contemple todas as fontes e temos que avançar mais na regulação e em uma política industrial para viabilizar a cadeia do biogás”.
Para se ter ideia, o Brasil poderia gerar 115 mil gigawatts-hora (GWh) de energia com o aproveitamento dos rejeitos urbanos, da pecuária e da agroindústria. Esse volume poderia abastecer 25% de toda energia elétrica consumida em 2016. Para Alessandro Gardemann, presidente da ABiogás, o energético tem todas as condições de conseguir um espaço na matriz.
“Não queremos subsídios para o biogás, acreditamos que é uma fonte extremamente competitiva, o que precisamos é ter uma escala mínima. É necessário pensar em um leilão que contemple o biogás que crie condições para isso”.