Moreira Franco, o José Jorge II
Maurício Corrêa, de Brasília —
O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, deitou falação sobre a venda do controle da Eletrobras (veja a notícia neste site). O interesse de Guardia pela privatização do Sistema Eletrobras acendeu uma luz amarela entre especialistas do setor.
Pelo visto, o novo ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, vai ser uma espécie de José Jorge, que também dirigiu a Pasta, no segundo Governo do presidente FHC, mas quem dava as cartas era Pedro Parente, ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República.
Inexperiente na área, como ocorre com Moreira Franco, Jorge ficou oficialmente como ministro apenas para o beija-mão e o tapete vermelho, mas quem enfiava a mão na massa e resolvia os problemas da Pasta era Parente. Além disso, Moreira tem contra ele o fato de o mercado não ter acreditado que ele fará alguma coisa, o que fez despencar o valor das ações da holding estatal de energia elétrica.
Em apenas uma semana, a Eletrobras perdeu mais de 10% do seu valor de mercado, ou seja, Moreira foi precificado. E de maneira muito negativa, pois o mercado não acredita nele. Talvez por isso foi preciso o ministro da Fazenda entrar em campo, para tentar recuperar um pouco o valor das ações.
Realmente não é fácil administrar os amigos de fé do presidente Michel Temer.