Eletrobras não vê problema com Zaroni no CA
Maurício Corrêa, de Brasília —
A Eletrobras distribuiu um comunicado aos acionistas e ao mercado, atendendo a ofício encaminhado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que não vê conflito de interesses na indicação de Manoel Arlindo Zaroni Torre para o Conselho de Administração da estatal, embora ele seja vice-presidente do CA da Engie, empresa que pode ter interesse na privatização das geradoras federais controladas pela própria Eletrobras.
Segundo o comunicado, não foi identificado “nenhum óbice ao eventual processo de privatização da Eletrobras
por conta da eleição do Sr. Manoel Arlindo Zaroni Torres. Assim, caberá ao conselheiro,caso se apresente situação de conflito de interesses, pautar seu comportamento tendo em vista os deveres legais, conforme previsto nos arts. 155 e 156 da Lei das Sociedades por Ações”.
Durante 17 anos, Zaroni Torres foi presidente executivo da Engie e hoje integra o conselho da empresa em posição privilegiada. Todo o mercado sabe que a Engie quer ficar com uma fatia de geração da Eletrobras. Então, segundo a avaliação da Eletrobras, isso não representa qualquer problema de natureza ética e o que vai acontecer no CA da estatal, agora, é o seguinte: quando surgir o assunto “privatização”, que aparentemente é a única coisa importante que se discute na empresa hoje, o conselheiro Zaroni Torres pedirá para se retirar da reunião. Ou então não falará nada e ficará apenas ouvindo.
Realmente, é uma situação muito interessante. Se é isso que vai acontecer, pergunta-se então por qual motivo ele foi indicado como conselheiro, se não poderá emitir opinião na questão mais relevante que interessa à companhia.