Elisa quem?
Maurício Corrêa, de Brasília —
É impressionante a capacidade que tem a dupla Temer/Moreira Franco de fazer bobagens no setor elétrico brasileiro.
Em abril passado, este site antecipou que Elisa Bastos Silva, uma técnica do quarto ou quinto escalão do Ministério de Minas e Energia, apadrinhada por alguma raposa felpuda do MDB, seria indicada para ocupar uma vaga na diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no lugar de Tiago Correia, cujo mandato está chegando ao fim.
Com todo o respeito que a Sra. Elisa certamente merece, pois com certeza tem qualidades pessoais e qualificação técnica, há uma situação que é absolutamente inquestionável: se ela passar na frente de 99% dos executivos do setor elétrico brasileiro, ninguém sabe de quem se trata. Se isso não fosse verdade, este site não teria sido bombardeado, no dia de hoje, por várias ligações de executivos perguntando de quem se trata.
De repente, ao que tudo indica, agora vai virar diretora da agência reguladora do setor elétrico brasileiro. Não é exatamente assim que o mundo funciona.
É lamentável que os cargos no alto escalão da Aneel estejam sendo ocupados dessa forma, pois mostra o pouquíssimo apreço que as autoridades responsáveis têm por um setor que é básico para a infra-estrutura. Segundo a informação que rolava nos corredores do MME, nesta quinta-feira, o ministro já havia encaminhado uma proposta para a indicação de Elisa Bastos Silva ao Palácio do Planalto.
Bom, isso nem causa mais perplexidade frente a um governo que é pródigo em meter os pés pelas mãos nas indicações de alto escalão da República. Alguém se lembra daquela senhora que chegou a ser nomeada para o Ministério do Trabalho e nunca tomou posse?
Este site não quer comparar uma pessoa com a outra, pois não vem ao caso. Mas vale lembrar que o preenchimento de cargos em diretoria de agência reguladora poderia ser algo tratado de outra forma pelo Poder Executivo, indicando pessoal técnico com mais quilômetros de estrada. O Governo já havia indicado outro ilustre desconhecido, Efrain Pereira da Cruz, indicado pelo polêmico senador Waldir Raupp, para ocupar a vaga de Romeu Donizete Rufino na diretoria. Nem se fala aqui da ocupação de cargos estratégicos no próprio MME.
O que se pergunta na praça é quando vai terminar a sessão de amadorismo do atual governo na área de energia elétrica.