Festinha da Aneel vira pesadelo
Maurício Corrêa, de Brasília —
A Aneel retoma em duas semanas as reuniões públicas semanais da diretoria colegiada, que são transmitidas pela internet.
À parte as complexidades técnicas das decisões que são tomadas a cada semana, os diretores da agência reguladora do setor elétrico voltam à plenitude de suas funções com a preocupação adicional que paira sobre quatro deles (a diretora Elisa teve a sorte de tomar posse depois e ficou livre do risco, pois não participou da decisão) de serem obrigados a ressarcir os cofres públicos devido ao gasto de quase R$ 200 mil em uma festinha de aniversário da Aneel.
Auditores do TCU já estão se debruçando sobre a questão e as primeiras informações que são comentadas reservadamente referem-se à perplexidade do tribunal com a cara de pau da Aneel de utilizar recursos da atividade de fiscalização, ou seja, bancados pelos consumidores, para custear uma festa de aniversário, para a qual, inclusive, foram convidados cônjuges dos funcionários. Uma beleza de festa para funcionários de país rico, não de um país estropiado como o Brasil, que tem um déficit público de R$ 139 bilhões previsto para 2019.
Seria interessante saber o que o novo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque Junior, pensa sobre o assunto. Afinal, a decisão de realizar a festa, avalizada pelo diretor-geral da agência, André Pepitone (que foi uma espécie de “queridinho” dos ex-ministros Edison Lobão e Moreira Franco e agora se insinua para ser um “queridinho” do almirante Bento) não é algo que se coaduna com a situação de crise em que vive o Estado brasileiro e que exige cinto apertado do público em geral.
O tribunal vai pedir explicações à agência, que apresentará as suas razões. Enquanto uma avaliação final não é formatada, recomenda-se prudência aos quatro diretores (Pepitone, Limp, Sandoval e Efrain) e que façam uma poupança, pois poderão ser chamados, em algum momento, para ressarcir os cofres públicos devido ao custeio inadequado da festinha de aniversário.