É bom o SEB colocar as barbas de molho
Maurício Corrêa, de Brasília —
Na surdina e à revelia dos especialistas da área, começam a ser feitas as primeiras contas visando ao enxugamento da máquina pública na área de energia. Se tudo caminhar como desejam os defensores da ideia, é possível que na gestão do presidente Jair Bolsonaro o produto final da área institucional corresponda a uma pequena revolução, com a fusão da Aneel e ANP, ONS e CCEE e a extinção da EPE com a consequente valorização da área de planejamento do Ministério de Minas e Energia. Isso tudo sem contar a lipoaspiração na Eletrobras e pedaços da Petrobras.
No Ministério da Economia, essas alterações soam como música. Quem já fez as contas está impressionado com o custo elevadíssimo do SEB, que é repassado aos consumidores na hora de se pagar as contas de luz. Chama a atenção o fato de esses órgãos terem equipes técnicas enormes fazendo as mesmas coisas que os outros fazem, num desperdício sem sentido. E todo mundo ganhando muito bem.
Essas situações não são percebidas pela sociedade, que paga sem saber o que está de fato acontecendo. Quando se fez a radiografia do SEB, na equipe de transição, tudo isso foi obviamente observado, mas não se falou no assunto, até para não assustar ninguém.
O fato concreto é que tem gente que entende que o governo Bolsonaro pode avançar nessa direção, reduzindo o peso do SEB nos gastos governamentais e também contribuindo para que o pobre do consumidor, na ponta, tenha um alívio na hora de pagar a conta de luz.
Essas coisas são politicamente indigestas e ainda embrionárias. Por isso, não se sabe se realmente vão prosperar. Contudo, foi lembrado a este site que existe um lucro político adicional, pois seria a oportunidade de o governo atual se livrar de diretores desqualificados nomeados nos últimos meses do governo Temer, visando ao atendimento de compromissos políticos com congressistas do baixo clero.