Situação de agentes mexe com associação
Maurício Corrêa, de Brasília —
Falta menos de um mês para a eleição do Conselho de Administração da associação dos comercializadores, a Abraceel. As inscrições se encerram no dia 12 de março e a eleição está programada para dois dias depois.
Já estão inscritos 12 candidatos, que disputam oito vagas no Conselho. Nos últimos dias, foram registrados os nomes de Rafael Mathias, da comercializadora Capitale, que é candidato à reeleição, e de Paulo Toledo, da Ecom.
Toledo é um nome expressivo dentro do ambiente da Abraceel. Há anos se fala na sua ida eventual para o Conselho, mas, embora seja diretor de uma grande comercializadora e tenha liderança no mercado, ele sempre preferiu atuar nos bastidores da associação, concentrando o seu foco de trabalho no próprio negócio. Agora, ele resolveu enfrentar a vontade da urna, o que representa uma mudança e tanto. Sua ida para o CA pode alterar algumas coisas na associação.
Dos atuais conselheiros, ainda não se registraram como candidatos Oderval Duarte (BTG), Mikio Kawai Jr (Safira), Cláudio Monteiro (Matrix) e Fábio Zanfelice (Votorantim). Desses quatro, o mercado fala que pelo menos dois já teriam manifestado, reservadamente, a vontade de não se candidatarem para novo mandato, o que aumenta a chance de renovação dentro do conselho.
Essa eleição na Abraceel se reveste de uma importância especial, não tanto em relação ao trabalho na associação, mas, sim, devido ao forte impacto provocado nos últimos dias por duas comercializadoras, que deixaram uma enorme preocupação na praça e aumentaram a dose de mau humor de muitos agentes. Dentro do ambiente da Abraceel, tem muita gente querendo saber como a situação do mercado poderá impactar o trabalho da associação.
Este site apurou que, na semana passada, o alto comando da associação teve uma reunião com a CCEE, para discutir a segurança do mercado. Pela Abraceel participaram seis dos oito conselheiros e dois dos três diretores, o que revela o grau de importância da reunião.
Um item discutido foi a autorização para funcionamento de agentes de comercialização, principalmente a questão do patrimônio líquido desses agentes.
Tocou-se numa questão sensível que é a necessidade de fiscalização da integralização do PL, além da divulgação ao mercado dos volumes negociados em relação ao PL de cada comercializadora.
Também foram lembradas algumas iniciativas tomadas pelo próprio mercado, para dar mais transparência às suas operações, como a realização de auditoria nos balanços energéticos das comercializadoras.