Mercado reage bem a cronograma de leilões
Maurício Corrêa, de Brasília —
Aos poucos, o ministro Bento Albuquerque vai impondo o seu ritmo e a sua marca à frente da Pasta. Agora, por exemplo, o mercado reagiu muito favoravelmente à decisão do Ministério de Minas e Energia de publicar a portaria que estabelece um cronograma para leilões de energia nos próximos três anos (veja a matéria na seção Notícias do Paranoá Energia).
Um dirigente de empresa comentou com este site que “trata-se de uma medida absolutamente distante de tudo aquilo que sempre caracterizou a gestão petista, quando um leilão era definido de acordo com as conveniências do professor Maurício Tolmasquim”.
Uma outra fonte disse que não se lembrava de uma outra vez em que as datas de realização de leilões tenham sido fixadas com três anos de antecedência. “Isto se chama transparência”, afirmou, mencionando ainda que seria “muito bom” ver o mesmo procedimento totalmente aberto em relação aos leilões destinados à contratação das distribuidoras. “Pelo visto, o MME está organizando uma agenda. Na era do PT era um suspense direto”, o que prejudicava o planejamento das empresas, frisou.
Entre os agentes de comercialização, existe uma demanda especial a respeito dessa abertura no MME. Sem levar em consideração as dificuldades momentâneas de algumas comercializadoras, o que no mercado é visto como algo passageiro e de efeito localizado, acredita-se que a grande compatibilização que poderia ser executada pelo Governo diz respeito à autorização para que comercializadoras possam participar desses leilões agora definidos, desde que obviamente fossem possuidoras de capacidade técnica e financeira.
Além de dar mais competitividade e transparência aos leilões, a presença das comercializadoras possibilitaria uma compatibilização entre a oferta de energia e a abertura de mercado já prevista na CP 33.