Paraná pode ser 1º estado a proibir “fracking”
Da Redação, de Brasília (com apoio da 350.org/Coesus) —
Há uma forte expectativa que o governador do Paraná, Ratinho Junior, poderá sancionar, nos próximos dias, o Projeto de Lei 65/2019, proibindo totalmente, no Estado, a prática da tecnologia conhecida como “fracking” na extração de petróleo em terra. Com essa decisão, o Paraná se tornará um estado pioneiro na luta contra o “fracking” no País.
Após três turnos de votação, o Projeto de Lei nº 65/2019 – apresentado pelo deputado Evandro Araújo (PSC), com co-autoria de outros três parlamentares, foi aprovado nesta terça-feira, 11 de junho, por unanimidade, pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
A 350.org e a Coesus participaram ativamente do trabalho comunitário e político contra a adoção do “fracking” no Paraná. “Nossa luta já dura mais de cinco anos e ter o projeto que visa proibir totalmente o fracking no Paraná acatado é uma grande vitória. A aprovação, sem dúvidas, traz o alívio que milhares de paranaenses esperavam e, por isso, essa decisão já faz história no estado”, comemora o diretor da Coesus, Juliano Bueno de Araújo. Como argumentou, agora o próximo passo para garantir a proibição é a sanção do Projeto de Lei pelo governador do estado, Ratinho Júnior (PSD).
“Dessa forma nós damos uma resposta permanente à população das regiões Oeste, Sudoeste e Noroeste do estado que vivem em constante ameaça com a possibilidade de liberação da tecnologia pela justiça, assim evitando danos irreversíveis à nossa água, ao solo e ao meio ambiente em geral”, conta o deputado e autor do Projeto de Lei, Evandro Araújo.
A polêmica acerca do “fracking” é gerada não somente pelas questões relacionadas ao clima e aquecimento global, mas principalmente pelos problemas que se instalam na região onde o gás de xisto é explorado dessa forma.
“A técnica consiste em extrair o gás do subsolo por meio de perfurações ultraprofundas e, por meio de uma tubulação, insere sob alta pressão uma mistura de água e mais de 700 elementos químicos e areia betuminosa. O resultado consiste em graves problemas socioambientais – tais como a contaminação de reservas de água, poluição do ar, câncer, morte de animais, restrições fitossanitárias para exportação – ou seja, é o gás da morte”, explica Araújo.