Na China, Bento exerce diplomacia comercial
Maurício Corrêa, de Brasília (com apoio do MME) —
Depois de algum estresse logo após a posse do presidente Jair Bolsonaro, quando visivelmente o governo chinês não gostou de comentários feitos pelo presidente brasileiro sobre o parceiro asiático, a relação bilateral vai aos poucos voltando à normalidade. Agora, é a vez do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, exercer parte desse novo tratamento diplomático em relação à China. Ele está no País, onde se reúne com executivos chineses para apresentar oportunidades de investimentos no Brasil. Em sua avaliação, o Brasil e a China têm grande complementaridade e as relações bilaterais comprovam isso: o investimento chinês representou 72% do total nos últimos dois anos. Bento Albuquerque cumpre compromisso na China até dia 16.
Nesta terça-feira, o ministro participou de reunião com dirigentes da maior empresa de energia renovável da China, a State Power Investment Corporation (SPIC). A companhia atua em 45 países e o Brasil é o principal destino de investimentos no exterior. Desde 2016, investe nos segmentos eólico, hidrelétrico e trade de energia. Na reunião, acompanhado de representantes do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Programa de Parceria de Investimentos (PPI) e Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ressaltou a importância da junção de fontes energéticas como alternativa para o Projeto de Integração do Rio São Francisco.
O ministro também apresentou oportunidades de investimentos nos setores de energia, petróleo e gás, biocombustíveis, renováveis e mineração para cerca de 20 maiores empresas chinesas da área. Além disso, foram realizadas um conjunto de reuniões um a um com potenciais investidores chineses para esclarecimento de dúvidas sobre os diversos processos licitatórios que deverão ocorrer no Brasil no próximo triênio.
Ontem, 12, em reunião com o diretor da Administração Nacional de Energia (NEA) da China, Zhang Jianhua, o Ministro destacou que “as reformas econômicas combinadas com as reformas setoriais consolidarão uma carteira de investimento de cerca de US$ 600 bi nos próximos 20 anos nos setores de petróleo e gás, energia e mineração”, disse Bento Albuquerque.