Revista “Electra” chega ao Brasil.
Da Redação, de Brasília (com apoio da EDP) —
A Fundação EDP anuncia o lançamento, no Brasil, da revista Electra, que apresenta uma diversidade de temas e autores de reconhecimento internacional. A revista, lançada em março de 2018, em Lisboa, é uma publicação que privilegia a crítica e a reflexão cultural, social e política da atualidade.
Conta exclusivamente com trabalhos originais de pensadores e tem a cada número um dossier temático com cinco ou seis textos, um portfólio de artista plástico convidado, uma série de artigos dedicada à crítica (livros, filmes, espetáculos, exposições) e outras seções que podem incluir entrevistas e perfis de figuras das artes, da ciência ou da escrita, entre outras propostas. Haverá, também, um espaço dedicado a pessoas que apresentam opiniões diferentes sobre o mesmo assunto e relatos sobre cidades e tendências urbanas.
A Electra estará disponível em 100 bancas do país pelo preço de R$ 59,90. “A escolha pelo Brasil tem muito a ver com a proximidade que temos pela língua e história, além da boa relação da revista com escritores brasileiros, que costumam colaborar com nossas edições desde o início”, explica José Manuel dos Santos, diretor da revista e diretor cultural da Fundação EDP, instituição que edita a publicação.
Para o escritor brasileiro, ensaísta, poeta, romancista, contista e professor Silviano Santiago, a Revista Electra é algo inesperado na língua portuguesa. “Trata-se de um sensível e belo objeto que vem com a função de apreender as questões que nos incomodam no novo milênio. Desde já, parabenizo a todos os envolvidos pela indispensável empreitada”. Silviano também foi reconhecido com os Prêmios Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras e Oceanos de Literatura em Língua Portuguesa.
A revista, com periodicidade trimestral e já em sua sexta edição, traz o poder do dinheiro e a sua volatilização como tema central. A ligação entre o dinheiro e a escrita, o funcionamento do sistema monetário e financeiro, e as criptomoedas, são abordados entre os destaques. A Electra nº6 também apresenta um portfólio do artista e escritor Edmund de Waal, autor da capa deste número, com imagens e texto sobre a sua exposição patente em Veneza durante a Bienal de Arte 2019 e, igualmente, um caderno inédito de desenhos do arquiteto Álvaro Siza, com um diário visual de sua viagem ao Peru.
O exemplar aborda que o poder do dinheiro está em todo o lado e que, consequentemente, pode se tornar um último artifício em um mundo secularizado. Assim, o filósofo Yves Citton trata da volatilização do dinheiro; o poeta e ensaísta Christophe Hanna liga o dinheiro à escrita; o sociólogo e filósofo Maurizio Lazzarato escreve sobre a moeda, a dívida e a guerra; o antropólogo José Gabriel Pereira Bastos decifra o dinheiro recorrendo à antropologia e à psicanálise; António Vieira aborda o ensaio de Pierre Klossowki A Moeda Viva; a professora e economista Margarida Abreu escreve sobre o funcionamento do sistema monetário e financeiro; o filósofo Anselm Jappe pergunta se o dinheiro pode levar à loucura; e, numa entrevista conduzida por António Guerreiro, Nathalie Quintane percorre o território da arte contemporânea, do seu mercado e instituições.
O entrevistado desta edição é António Coutinho, cientista português, imunologista de renome internacional e antigo diretor do Instituto Gulbenkian de Ciência, que numa conversa conduzida por Vasco M. Barreto fala sobre a ciência e as suas instituições, filosofia e política.
Neste número de Electra, o escritor Gonçalo M. Tavares propõe duas abordagens para o conceito de ‘desafio’; Kathleen Burk evoca A.J.P. Taylor, um dos historiadores mais influentes e polêmicos do século XX; José Maria Vieira Mendes comenta um verso de Johann Goethe; a arquiteta suíça Isabella Pasqualini aborda o espaço urbano como performance; a pianista brasileira Gilda Oswaldo Cruz revisita a história da cidade do Rio de Janeiro e o arquiteto alemão Ulf Meyer revisita a história da escola Bauhaus, bem como a sua presença no mundo contemporâneo. Na seção ‘Diagonal’, Donatell di Cesare e Bruno Peixe Dias debatem as ligações entre Ética e Política.
Na seção ‘Obras Escolhidas’, o historiador de arte João Pinharanda, a partir da exposição de Lourdes Castro no Museu da Ocitânia, em Sérignan, abre novas perspetivas sobre a sutil obra da artista portuguesa e João Oliveira Duarte analisa a longamente esperada publicação do quarto volume da História da Sexualidade, de Michel Foucault.
A Electra é um projeto da Fundação EDP e se posiciona como uma revista trimestral de pensamento e de crítica. O veículo conta exclusivamente com trabalhos originais de pensadores nacionais e estrangeiros. A revista é editada em português e em inglês e pode ser encontrada nas principais bancas, em livrarias, na loja do MAAT e online (https://www.monadebooks.com/products/electra6).
A Fundação EDP é uma instituição privada com estatuto de utilidade pública, sem fins lucrativos, criada pela EDP – Energias de Portugal, S.A., em dezembro de 2004. É uma das maiores fundações corporativas em Portugal, tendo como principais área de atuação a cultura contemporânea, o investimento social e o património energético. É um dos principais agentes culturais do país, sendo proprietária do MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia e mecenas de instituições de referência como Companhia Nacional de Bailado, Casa da Música, Fundação de Serralves e Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva.